Em uma decisão que ecoa a recente postura dos Estados Unidos, a Argentina de Javier Milei anunciou nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, sua saída da Organização Mundial da Saúde, a OMS.
Por que a Argentina vai sair da OMS?
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou nesta quarta-feira, 5, que a medida se deve a “profundas diferenças” em relação à gestão sanitária da OMS, especialmente durante a pandemia de COVID-19. Segundo Adorni, a organização teria se deixado influenciar politicamente por alguns Estados, comprometendo sua independência.
A decisão argentina segue os passos do presidente norte-americano, Donald Trump, que em janeiro ordenou a saída dos EUA da OMS. O presidente argentino, Javier Milei, considera Trump um aliado próximo e compartilha de suas críticas à organização.
A decisão gerou reações diversas na comunidade internacional. Especialistas em saúde pública expressaram preocupação com o impacto na cooperação global em saúde e no combate a futuras pandemias. Organizações não governamentais e setores da sociedade civil argentina também manifestaram apreensão quanto às possíveis consequências para a saúde pública no país.
O que a OMS faz?
Com 194 países membros, a OMS é responsável por uma série de programas importantes de saúde pública — particularmente vacinas. A cada ano, cientistas de lá, trabalhando com autoridades de saúde ao redor do mundo, determinam quais cepas de influenza e COVID-19 incluir em versões atualizadas das respectivas vacinas.
Os membros têm acesso a amostras dessas cepas, que ajudam os fabricantes de vacinas a desenvolver e produzir doses suficientes de vacinas contra gripe correspondentes a tempo para a temporada de gripe para o público a cada ano. A OMS foi fundamental na coordenação da erradicação da varíola e agora está trabalhando para eliminar a poliomielite.
A OMS também fornece orientações de saúde para vários países que não têm recursos para criar recomendações de saúde para suas populações, como conselhos sobre amamentação, diabetes e parar de fumar.