Por que o Amapá está sem luz? Entenda o apagão na região

A prefeitura da capital do estado, Macapá, decretou calamidade pública por 30 dias e o governador Waldez Góes (PDT) assinou decreto que estabelece situação de emergência em todo o estado por 90 dias.

Há cinco dias, 13 dos 16 municípios do estado do Amapá, incluindo a capital, estão sem energia elétrica após o apagão. O que totaliza 90% da população ou mais de 765 mil pessoas. O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que o problema será resolvido até 16 de novembro. O apagão foi causado por um incêndio nos transformadores de uma subestação de energia da Zona Norte. Hoje (7) a energia começou a ser retomada em Macapá e em Santana, região metropolitana. O governo federal afirma que ainda no sábado 70% da energia voltará no estado.

Os locais mais afetados são: Macapá (capital), Santana, Mazagão, Porto Grande, Tartugalzinho, Pedra Branca do Amapari, Calçoene, Amapá, Ferreira Gomes, Cutias, Itaubal, Serra do Navio e Pracuuba. Apenas os municípios de Oiapoque, no extremo Norte, e Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no extremo Sul, têm energia, pois são alimentados por sistemas isolados. Além disso, na sexta-feira (6), o governador Waldez Góes (PDT) assinou decreto que estabelece situação de emergência em todo o estado por 90 dias.

O que causou o apagão no Amapá?

Na terça-feira (3) durante uma tempestade, uma explosão ocasionou um incêndio em uma subestação de energia da Zona Norte. No incidente em questão, três transformadores foram acometidos pelo fogo, sendo que um deles já estaria parado, por estar em manutenção desde 2019. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o transformador em manutenção pode ser recuperado, mas os outros dois devem ser trocados.

A causa do incêndio é desconhecida ainda, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por monitorar o fornecimento de energia em todo o país, abriu uma investigação com prazo de 30 dias para apurar as causas e responsabilidades. Segundo especialistas, o sistema elétrico do Amapá não tem um plano de segurança ou “backup”.

Foto mostra rede elétrica
Foto: Governo do Amapá

Consequências do apagão no Amapá

Com a falta de energia, outros serviços foram acometidos na região, como internet e telefonia. Sem energia, não há como carregador máquinas de cartão, por exemplo, carregadores de celular e outros aparatos eletrônicos. Os postos de gasolina só funcionam se tiverem seus próprios geradores de energia.

Segundo o portal G1, há filas também em supermercados e locais de revenda de água, e o problema provocou uma corrida ao aeroporto, hotéis, supermercados e shoppings, onde ainda havia energia elétrica por causa de geradores. Moradores relatam caos vivido em suas redes sociais também.

Além disso, segundo moradores relataram, hospitais também estão sofrendo com a falta de energia. Mesmo com geradores, muitos estão sem luz e com poucas condições de atender os pacientes.

Contudo, a queda de energia afetou também o sistema hidráulico do estado do Amapá. Por isso, a população se encontra sem água encanada, água mineral e gelo.

Governo federal

A população do estado se mobilizou para pedir ajuda para o restante do país e, principalmente, do governo federal. Pois haveria um descaso nacional com a situação que o Amapá se encontrava durante a semana.

Após ser cobrado, Bolsonaro afirmou em suas redes sociais que o governo estaria tomando as providencias e que ontem (6) a energia estaria voltando ao Amapá. “Dessa forma, em torno de 60% da necessidade do estado deverá ser atendida até as 24h de hoje (sexta). Para suprir a lacuna energética, geradores termelétricos serão utilizados pela Eletronorte. Logo após a meia-noite, as nossas equipes, se reunirão para que outras medidas possam ser tomadas. O abastecimento de água já foi normalizado e todos os hospitais estão com energia”, afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse na sexta-feira (6) que pretende normalizar totalmente a situação em até 10 dias.

Plano de retomada após apagão no Amapá

O governo federal traçou um plano para retomar gradualmente a energia no estado e auxiliar a população. O projeto aconteceria em três etapas e com apoio das Forças Armadas Brasileiras (FAB).

  • Recuperar o segundo transformador, que estava em operação, mas que teve um dano menor, na bucha de conexão do transformador com a rede. Com isso, reestabeleceriam, em 70%, a energia do estado até sexta (6).
  • Transportar dois transformadores, um do município de Laranjal do Jari, e outro de Boa Vista, capital de Roraima. Como pesam quase 100 toneladas, essa parte demoraria cerca de 15 dias.
  • A ultima fase, e mais demorada, seria transportar 4 geradores de energia, do Amazonas, para suprir eventuais necessidades de atividades essenciais durante a recuperação da eletricidade no estado. Essa parte levaria cerca de 30 dias.

Ontem, sexta (6), a energia ainda não tinha chegado no estado do Amapá. Contudo, hoje (7), boa parte dos bairros de Macapá e partes de Santana, na região metropolitana, já estão tendo com a energia elétrica reestabelecida. Segundo Bento Albuquerque, até o fim do dia, 70% do estado estará com eletricidade.

Mobilização nas redes sociais

Como o assunto não estava chegando às grandes mídias e o governo federal não tomava medidas sólidas para ajudar a região, internautas se mobilizaram pelas redes sociais. Moradores reclamaram da situação crítica no Estado, a hashtag “#SOSAmapá” ficou entre as mais comentadas no país na quinta (5/11). Inclusive, após levantar a discussão, famosos como Gaby Amarantos e Luan Santana, se pronunciaram e cobraram que o governo tomasse precauções para auxiliar a população amapaense. Lideres da oposição também questionavam o governo e presidente Jair Bolsonaro para que tomassem atitudes.

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