Bolsonaro veta Refis para micro e pequenas empresas; entenda

Veto ao projeto que previa parcelamento de dívidas ainda pode ser derrubado pelo Congresso

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, dia 7 de janeiro de 2022, a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de vetar o projeto de refinanciamento de dívidas, uma espécie de Refis, que beneficiaria microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional. O programa, batizado de Relp (Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional), foi aprovado em dezembro pela Câmara dos Deputados e renegociaria R$ 50 bilhões em dívidas.

Bolsonaro veta Refis e micro e pequenas empresas não poderão renegociar dívidas

O projeto que criaria um programa de renegociação de dívidas para MEIs, micro e pequenas empresas do Simples Nacional foi aprovado em dezembro pela Câmara dos Deputados e beneficiaria as empresas endividadas com parcelamento das dívidas concedendo descontos sobre juros, multas e outros encargos. O presidente Bolsonaro, no entanto, veta o Refis nesta sexta-feira com o argumento de que o programa incide em vício de inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, já que o benefício provocaria uma espécie de renúncia de receita.

Em outras palavras, o projeto fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo o texto. De acordo com a Presidência, a decisão foi tomara em conjunto com o Ministério da Economia e com a Advocacia Geral da União (AGU).

Bolsonaro veta refis
Foto: reprodução/fabio rodrigues pozzebom/agência brasil

O que dizia o projeto aprovado pela Câmara?

O Relp beneficiaria microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas endividadas. O parcelamento da dívida seria feito em até 15 anos, com descontos sobre os juros, multas e encargos de acordo com a queda de faturamento das empresas durante a pandemia de Covid-19. Empresas em recuperação judicial também seriam beneficiadas. Após o pagamento de uma entrada, cujo valor seria entre 1% e 12,5% do valor total da dívida e poderia ser pago em até oito vezes, as empresas teriam direito às parcelas do Refis.

Ao contrário do que disse Bolsonaro, o deputado Marco Beratiolli (PSD-SP), o Relp injetaria recursos nos cofres públicos em período curto e, por isso, impactaria positivamente o orçamento da União. Durante a votação, Helder Salomão (PT-ES) disse que o projeto faria jus aos pequenos empreendedores que precisam de um socorro neste momento, já que muitas empresas foram fortemente prejudicadas durante a pandemia.

O Legislativo está em recesso, mas o retorno, programado para fevereiro, ainda pode mudar o andamento do Refis. Isso porque o Congresso pode derrubar ou manter o veto do presidente quando retornarem as atividades na Câmara e no Senado.

Em dezembro, na Câmara, o Refis foi aprovado com 382 votos favoráveis e 10 contra. Já no Senado, a aprovação foi feita por meio de uma votação simbólica.

 

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes