Crise de mão de obra qualificada afeta tecnologia, bancos e manufatura

De acordo com levantamento, três grandes setores sofrerão mais com a crise: tecnologia, mídia e telecomunicações, negócios e serviços bancários; e manufaturas.

De acordo com levantamento da Korn Ferry sobre a falta de mão de obra qualificada para as empresas, três grandes setores sofrerão mais com a crise de talentos: tecnologia, mídia e telecomunicações; negócios e serviços bancários; e manufaturas. Segundo o especialista Tiago Salomão, sócio-sênior da Korn Ferry, esses são segmentos que estão mais envolvidos e impactados pela economia digital. "Quando falamos de áreas de alta carência, falamos, basicamente, de profissões de alta especialidade, classificadas como de nível A", diz Salomão.

Tecnologia
Foto: tecnologia deve sofrer com a crise de mão de obra qualificada

Baixa oferta de mão de obra qualificada

Um exemplo de como essa crise projetada já é um problema sério pode ser visto na Logicalis, grupo britânico de tecnologia com 3,2 mil funcionários na América Latina. Hoje, a empresa mantém de 100 a 120 vagas abertas no Brasil, segundo o presidente da companhia para a região, Rodrigo Parreira. "O mercado brasileira precisa hoje de 70 mil desenvolvedores de software por ano, mas só formamos 30 mil profissionais", diz. Para os empresários e executivos entrevistados pela Korn Ferry, a relação entre baixa oferta de mão de obra qualificada e alta demanda por parte das empresas já cria desequilíbrios, como o aumento excessivo de salários e de programas de benefício.

Segundo os entrevistados, é esperado aumento de até US$ 10,8 mil para áreas mais disputadas até 2030."Um profissional como cientista de dados começa com salário de R$ 10 mil, R$ 12 mil, mas é muito difícil encontrar alguém", diz Parreira. "Muitas áreas, como as de engenharia de software e ciência de dados ficam constantemente com vagas abertas pois são essenciais para suportar o crescimento", afirma Ana Paula Maia, gerente de recursos humanos do banco digital Nubank.

Formação

Com oferta tímida ou inexistente, algumas empresas passaram a investir na formação de talentos internamente para ter mão de obra qualificada. No entanto, a consultoria PricewaterhouseCoopers anunciou neste ano um programa de formação digital que deve, em menor e maior escala, atingir todos os funcionários da empresa pelo mundo. O plano deve consumir US$ 3 bilhões nos próximos quatro anos e envolve formação de gestores e analistas de transformação digital, além de profissionais na área de educação para servirem às universidades.

"A gente não tem como encontrar esses talentos no mercado. As universidades não estão preparadas e é preciso uma mudança de comportamento e investimento em formação nos funcionários que temos", diz Erika Braga, diretora de recursos humanos da PWC. O programa, no Brasil, deve atingir os 4,5 mil empregados da empresa. "Esse é um caminho sem volta, a gente vai ter de investir na formação interna", afirma Luciene Magalhães, sócia-líder de recursos humanos da KPMG no País.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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