Desemprego na pandemia: quase 9 milhões perderam o emprego no 2º tri

É a maior redução desde o início da série histórica, em 2012.

O desemprego na pandemia não para de crescer, e apenas no segundo trimestre de 2020  quase 9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho, entre abril a junho - em relação ao período de janeiro a março. Com isso, a população ocupada ficou em 12,8 milhões, o menor nível da série histórica, iniciada em 2012.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse modo, na comparação com o primeiro trimestre do ano, a taxa de desocupação subiu 1,1 ponto percentual e fechou o segundo trimestre em 13,3% -  a maior em três anos.

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É a maior redução de postos de trabalho desde o início da série histórica, em 2012. Em relação ao segundo trimestre de 2019, o recuo foi de 10,7% (10 milhões de pessoas a menos), também um recorde.

 O resultado representa alta em relação ao primeiro trimestre (12,2%) e ao mesmo trimestre do ano anterior (12%). 

A força de trabalho potencial chegou a 13,5 milhões de pessoas, com a entrada de 5,2 milhões de pessoas na categoria. Esse grupo reúne pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não se enquadram como ocupados nem como desocupados. Segundo Adriana Beringuy, motivos ligados à pandemia de covid-19 foram alegados por boa parte das pessoas por não estarem trabalhando.

O nível da ocupação caiu 5,6 pontos percentuais frente ao trimestre anterior, atingindo 47,9%, o menor da série histórica. A população subutilizada cresceu 15,7%, chegando a 29,1%, um total de 31,9 milhões de pessoas. Já a população fora da força de trabalho chegou a 77,8 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica, com crescimento recorde de 15,6%, ou 10,5 milhões de pessoas, na comparação trimestral.

Comércio foi o mais afetado - desemprego na pandemia

Todos os setores analisados pela Pnad Contínua sofreram perdas no número de ocupados. Contudo, a área mais atingida foi o comércio, onde 2,1 milhões de pessoas perderam suas vagas, uma queda de 12,3% na comparação trimestral. Na categoria alojamento e alimentação, a redução atingiu 1,3 milhão de pessoas, uma queda de 25,2% no setor.

Na construção, foram 1,1 milhão de trabalhadores a menos, o que representa uma redução de 16,6% na ocupação. Em serviços domésticos, a queda chegou a 21,1%, um total de 1,3 milhão de pessoas.

Em resumo, os desalentados chegaram ao mais alto nível da série histórica – 5,7 milhões de pessoas – um acréscimo de 19,1% em relação ao trimestre anterior. A categoria inclui as pessoas que desistiram de procurar ocupação.

Desemprego na pandemia - Menos carteira assinada

O número de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado também chegou ao mais baixo patamar da série histórica - 30,2 milhões de pessoas empregadas formalmente - uma queda de 8,9%, que corresponde a 2,9 milhões de pessoas.

Os empregadores ficaram em 4 milhões de pessoas, uma queda de 9,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020. O grupo de empregados no setor público, assim incluindo servidores estatutários e militares, chegou a 12,4 milhões, um aumento de 6,1%.

Na categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada a queda foi de 2,4 milhões de pessoas, totalizando 8,6 milhões no trimestre encerrado em junho.Os trabalhadores por conta própria diminuíram 10,3% e somam 21,7 milhões de pessoas, 2,5 milhões a menos do que no primeiro trimestre do ano.

Entre os trabalhadores informais, os empregadores sem CNPJ tiveram queda de 16,9%, totalizando 665 mil pessoas nessa situação. Portanto, a queda na informalidade representa 68% da queda total da ocupação no trimestre.

Com menos trabalhadores informais, que tem remunerações menores, o rendimento médio habitual aumentou 4,6% no segundo trimestre, chegando a R$ 2,5 mil, o maior desde o início da série histórica. Já por outro lado, com o aumento da desocupação geral, a massa de rendimento real teve redução de 5,6%, com uma perda de R$ 12 bilhões.

Fonte: Agência Brasil.

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