Diretor do Banco Central diz que crise será menor que o esperado

Diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, diz que o choque econômico provocado pela pandemia será menor do que esperado, mas não é definitivo para projetar taxa Selic, a ser definida pelo Copom

Apesar de projetar que os efeitos da pandemia do novo coronavírus sejam menores do que o esperado para a economia, o diretor do política monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse que o cenário é incerto.

Portanto, a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para os dias 4 e 5 de agosto, terá que rediscutir os números.

"A cada reunião tem que rediscutir esse cenário, tem que sentar na próxima reunião, debater de novo o cenário, ver de novo a projeção e avaliar a decisão mais adequada para frente”, disse Serra.

Na última reunião, a taxa Selic passou de 3% para 2,25% ao ano, definida no dia 17 de junho pelo Copom.

O diretor do Banco Central participou de live esta manhã de uma corretora de investimentos, traçando cenários econômicos de 2020 e 2021.

Serra fez paralelo com o choque financeiro de 2008, iniciado a partir de bolha imobiliária nos Estados Unidos e a atual, decorrente da pandemia do novo coronavírus.

Lembrou que, naquele período, o sistema financeiro estava no “coração da crise” precisando criar mecanismos reguladores para se reerguer. Além disso, aguentar caso viesse nova onda negativa.

“Agora é o oposto, o setor bancário talvez seja parte da solução da crise”, avaliou, citando a expansão de créditos e distribuição mais abrangente como medidas tomadas para salvaguardar os investidores.

Com isso, houve melhora da performance do varejo, considerada “surpreendente” de um lado, mas decepcionando no setor de serviços. “As pessoas tem renda disponível, mas estão limitadas”.

A divergência entre os setores pode ser importante para projetar a inflação. Contudo, Serra lembra que é campo novo a se trabalhar na atual conjuntura, em meio à pandemia.

“Eu tenho até dificuldade em dar direção muito clara, porque os acontecimentos são muito novos, a gente está aprendendo também “, avaliou.

De acordo com dados do Banco Central, a última reunião do Copom projetou inflação de 3,2% para 2021. O numero é abaixo do centro da meta, que é de 3,75%.

 

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