Política

Índice de rejeiçaõ do governo Bolsonaro aumenta com a pandemia

Pesquisa realizada pela XP/Ipespe diz que rejeição do governo Bolsonaro subiu de 35% para 40%. Números são semelhantes ao início da pandemia da Covid-19, em abril do ano passado.

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) não tem agradado a todos os brasileiros durante a pandemia. De acordo com a pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta segunda-feira (18), o índice de rejeição aumentou no último ano. O percentual subiu de 35% para 40% a parcela da população que considera "ruim" ou "péssima" a gestão do governo federal.

Em contrapartida, os que consideram o governo de Bolsonaro como "ótimo" ou "bom" passaram de 38% para 32%. Apesar de os números serem semelhantes ao começo da pandemia da Covid-19, em meados de abril de 2020, é a primeira vez desde maio que o índice de rejeição aumenta e o número de apoiadores caí.

Para a realização da pesquisa foram realizadas 1.000 entrevistas no período de 11 a 14 de janeiro deste ano. Ainda segundo a XP/Ipespe os dados são de abrangência nacional e a margem de erro é de 3,2%.

Manifestação contra bolsonaro no começo de 2020. (foto: divulgação)

Só de dezembro pra cá, o número de pessoas que avaliam a atuação de Bolsonaro na pandemia da Covid-19 como negativa também cresceu.  São 52% os que a consideram "ruim" ou "péssimo" o comportamento do governo federal diante da vacinação e do controle da pandemia.

Panelaço contra Bolsonaro em plena pandemia

Diversos brasileiros manifestaram contra o governo Bolsonaro através de um panelaço na noite da última sexta-feira (15). A organização foi realizada nas redes sociais por meio da hashtag #BrasilSufocado, critica direta a omissão do presidente com a falta de oxigênio e leitos hospitalares em Manaus.

A pesquisa realizada pela XP/Ipespe também estudou a opinião de brasileiros em relação à pandemiaHoje, 56% acreditam que o pior ainda está por vir, contra 36% que dizem que o pior já passou. O número é um reflexo direto da rejeição de Bolsonaro.

Nesta segunda-feira (8) o presidente finalmente comentou sobre o plano de vacinação em todo o Brasil. Segundo ele, com a aprovação do uso emergencial das vacinas CoronaVac e a de Oxford/AstraZeneca da Anvisa, não é "tem mais o que discutir". Bolsonaro também alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e disse que "a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador, não."

O que Bolsonaro falou sobre crise em Manaus?

Em conversa com apoiadores no Palácio do Planalto, Bolsonaro definiu a situação da pandemia do novo coronavírus no Amazonas como “terrível”, mas isentou a culpa do governo federal ao declarar que a União “fez sua parte, com recursos, meios”.  A declaração foi dada na última sexta-feira (15).

Na semana anterior, mais de 223 mil pessoas foram infectadas pela doença no estado do Amazonas, e mais de 5,9 mil morreram com a doença, conforme informado pela Secretaria Estadual de Saúde. O colapso no sistema de saúde fez com que acabasse os cilindros de oxigênio para os pacientes que sofriam com a Covid-19.

Ao citar a atuação do governo, Bolsonaro ainda afirmou que "fez a sua parte" e reforçou as Forças Armadas que se mobilizaram para dar assistência ao sistema público de saúde da capital amazonense.

(foto: ministério da saúde)

Impeachment de Bolsonaro pode ser uma realidade?

Como qualquer política que governa em uma democracia, Jair Bolsonaro pode sim sofrer um impeachment, mas para isso acontecer é preciso que o Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia (DEM – RJ) queira intervir.

Até o momento o presidente foi citado em 60 pedidos de impeachment, segundo informou a revista VEJA. As solicitações foram protocoladas ao longo dos últimos dois anos, desde que assumiu o cargo. Para Maia, que ainda não deu continuidade nos pedidos, afirmou em entrevista coletiva que o impeachment de Bolsonaro poderá ser "inevitável" no "futuro".

Última modificação em 27/07/2022 16:14

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