Imunidade de Rebanho: o que é e como funciona?

Entenda que é imunidade de rebanho e como ela pode (ou não) funcionar no contexto brasileiro

Está se perguntando o que é a imunidade de rebanho (ou imunidade coletiva), citada como a possível solução da pandemia de Covid-19?

Em meio a tantos termos e informações novas, fica confuso entender do que cada um se trata.

Mas fique tranquilo: aqui você vai encontrar as respostas de todas as suas dúvidas.

O que é imunidade de rebanho?

De acordo com o Instituto Butantan, o significado do termo imunidade de rebanho sofreu leves mudanças no contexto da pandemia.

Antes da crise do Covid-19, era “o efeito de proteção que surge em uma população quando uma percentagem alta de pessoas se vacinou contra uma certa doença.”

Com a grande maioria da população protegida, o vírus já não conseguiria circular e oresto da população estaria protegido por tabela.

Mas, se ainda não temos uma vacina para o Covid-19, o que é a imunidade de rebanho nesse contexto?

Imunidade de rebanho na pandemia

Existem duas formas de desenvolver imunidade a um vírus: tomar uma vacina ou ser contaminado por ele e sobreviver à doença.

Logo, após uma parcela da população ter sido contaminada pelo Covid-19, essa parcela desenvolveria imunidade ao vírus, reduzindo sua circulação o suficiente para gerar imunidade de rebanho mesmo sem a vacina.

Porém, existem dois grandes problemas com essa afirmação.

Porcentagem de população imune necessária

Há desacordo quanto à que porcentagem da população teria de criar imunidade ao vírus para que todos estivessem protegidos.

Enquanto alguns cientistas sugerem números tão baixos quanto 20%, outros chegam a valores como 95%.

No entanto, nenhum desses valores é mais do que uma estimativa.

Imunidade ao Covid-19

Outro questão a ser considerada é a capacidade do corpo humano de desenvolver imunidade ao coronavírus.  Em um estudo desenvolvido pelo King’s College de Londres, observou-se algo importante.

O número de anticorpos ao Covid-19 presentes nos corpos de pessoas previamente contaminadas pelo vírus diminui ao longo do tempo.

Isso abre a possibilidade de que, após alguns meses de sua recuperação, o paciente poderia contrair coronavírus novamente.

O estudo também sinaliza que ainda não se sabe por certo que quantidade de anticorpos seria necessária para evitar a contaminação pela doença.

Imunidade de rebanho no Brasil

Outro fator a ser considerado e que torna nossa situação especialmente complexa é a diversidade social do nosso país. No Brasil, temos cidades superpopulosas como São Paulo e Rio de Janeiro, e pequenas cidades do interior do Brasil, onde chegamos a encontrar municípios com menos de mil habitantes.

Sendo assim, o risco de contágio nessas regiões será diferente. Segundo o diretor da SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri foi citado em um artigo do portal UOL.

Nele, lista uma série de fatores que influenciam a eficácia da imunidade de rebanho, como: Dinâmicas de interação, Densidade demográfica e Tipos de Moradia.

Isso faz com que a imunidade de rebanho possa ser mais ou menos efetiva em diferentes locais.

Experiências com imunidade de rebanho

O que se pode observar da tentativa de criação de imunidade de rebanho também não é muito encorajador:

Vejamos o caso do primeiro ministro britânico Boris Johnson.

Em 12 de março, ele anuncion sua intenção de deixar que a população se expusesse ao vírus para que a imunidade coletiva surgisse.

Uma semana depois, à beira de um colapso no sistema de saúde inglês, se viu obrigado a voltar atrás, adotando medidas de contenção do vírus bem mais rigorosas.

Torcida pela vacinha

Diante desse cenário tão incerto, alguns membros da comunidade científica, como o Professor Unaí Tupinambás da Universidade Federal de Minas Gerais, sugerem cautela.

A recomendação é de isolamento social para achatamento da curva pandêmica até que se desenvolva uma vacina.

“Assim, teríamos uma imunização de rebanho vacinal e não pela doença.”

Além disso, o professor ainda aponta que até que uma porcentagem significativa da população desenvolvesse imunidade ao vírus, a taxa de letalidade da doença geraria um enorme custo em vidas humanas.

Até o momento, manter-se isolado e torcer pelo desenvolvimento de uma vacina parece ser mesmo a opção mais segura.

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