A Organização Mundial da Saúde emitiu uma nota técnica que recomenda a vacinação de certos grupos
A primeira vacina contra a malária está cada vez mais perto de ser difundida no mundo todo e já deve ser utilizada em grupos específicos. Mas você sabe se ela já pode ser tomada no Brasil?
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nota em que recomenda o uso desse imunizante em determinadas regiões.
Entretanto, alguns pontos precisam ser levados em consideração, na hora de entendermos como vai funcionar esse processo de vacinação.
A malária é uma doença que infecta centenas de milhares de pessoas por dia. Trata-se de um parasita que é transportado pela saliva de mosquitos fêmeas. Dessa forma, a infecção, se chegar no indivíduo, atinge o organismo e se aloja no fígado e no sangue.
Em 2019, por exemplo, foram registrados mais de 229 milhões de casos da doença. Além disso, foram 409 mil mortes. O principal grupo de risco são crianças pequenas, que representavam quase 70% das vítimas.
Por fim, a enfermidade costuma atingir populações de países da África. Entre as recomendações para prevenção, estão o uso de mosquiteiros, ir ao médico e determinados medicamentos. Assim, entre 2000 e 2015, os casos graves reduziram cerca de 27%. No entanto, o índice baixou para aproximadamente 2% nos últimos cinco anos.
Segundo o Ministério da Saúde, qualquer pessoa pode contrair malária. Além disso, quem já teve não está totalmente livre de pegar de novo. Vale ressaltar que ela não é infecciosa. Ou seja, ela não é transmitida entre pessoas.
A primeira vacina contra a malária está em desenvolvimento há quase um século e só foi feita nos anos de 1980. Trata-se RTS,S/AS01 da farmacêutica GlaxoSmithKline. Ela é popularmente conhecida como Mosquirix. Ou seja, esse é o seu nome comercial.
Na última quarta-feira, dia 6 de outubro, a OMS emitiu uma recomendação para que ela fosse utilizada em crianças africanas. Isso nunca tinha sido feito antes. Isto é, ela já tinha sido aprovada para uso por órgãos reguladores (semelhantes à Anvisa) da Europa em 2015.
Portanto, essa dose contra a malária é recomendada para crianças e bebês. Sua eficácia varia de 26 a 50% nessa faixa etária.
Uma das cientistas responsáveis pela criação, inclusive, era brasileira. A imunologista Ruth Nussenzweig tinha feito estudos, junto ao marido, o também imunologista Victor Nussenzweig. No entanto, ela morreu em 1º de abril, antes que o uso dessa vacina pudesse ser popularizado no mundo.
No Brasil, a maioria dos casos de malária acontecem nos estados que compõe o bioma da Amazônia. Isso ocorre por conta de alguns fatores climáticos, dentre outros quesitos.
Assim, há registros mais comuns no Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Contudo, há casos que aconteceram fora desses lugares.
Por volta dos anos 2000, o Brasil registrava cerca de 600 mil casos por ano. Dessa forma, pelo menos 21 mil costumavam ser internados e 200 morriam. Entretanto, em meados de 2015, chegou-se a haver 300 hospitalizações.
Atualmente, a cada 12 meses, são cerca de 135 mil infecções e menos de centenas de óbitos.
Em entrevista à Agência Brasil, a infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Anielle Pina Costa explica que a malária é uma doença praticamente 100% curável e evitável. Ou seja, há um diagnóstico gratuito; além disso, o tratamento é oferecido também pelo sistema público. Entretanto, não há vacinas aplicadas pelo SUS.
Segundo última atualização do Ministério da Saúde, ainda não há resultados satisfatórios para permitir esse uso. A pasta diz que são desenvolvidas e estudadas "algumas substâncias capazes de gerar imunidade". Contudo, "os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação."
De acordo com informações técnicas da pasta, os sintomas que mais aparecem são:
Entretanto, outros sinais são mais perigosos e podem se desenvolver. Assim, entre alguns deles, estão:
Dessa forma, é importante sempre buscar um médico, se estiver se sentindo mal. O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil oferece um teste rápido, sobretudo caso haja recomendação. O tratamento é feito com comprimidos gratuitos do SUS. Vale lembrar que quem teve a doença no último ano, ou que está com suspeita, não pode doar sangue.
Entre as principais medidas de prevenção da malária estão o uso de mosquiteiros, roupas que protejam os membros, telas em portas e janelas, além de repelentes. Por fim, é importante manter a casa arejada e manter boas práticas de higiene e de cuidados estruturais com a casa.
Mesmo que o SUS não aplique vacinas contra a malária, confira na lista abaixo, para quais doenças há doses de imunizantes gratuitos no país.
O público em geral deve ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com a caderneta de vacinação. Cada idade tem suas recomendações e campanhas específicas, principalmente os grupos de risco. Entretanto, se perdeu o prazo para alguma dose, a recomendação que a pasta federal faz é que você volte à unidade de saúde para atualizar as vacinas.
Para crianças:
Adolescentes: De 12 a 17 anos, há outras vacinas que são exclusivas. Assim, veja a lista:
Adultos: Os adultos estão aptos a se vacinar pelo SUS.
Gestantes: Especificamente para as mulheres que estão gravidas, há os seguintes tipos de doses:
Idosos: Por fim, idosos foram priorizados na vacinação contra a covid. No entanto, mesmo antes da pandemia, já havia uma série de imunizantes destinados a essa faixa etária. Para além das 3 doses contra a covid, há também:
Última modificação em 22/07/2022 11:35
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