Avanço da logística pode impulsionar novas construções no Centro-Oeste

Alta no agronegócio, apoio da logística e pátios fabris são alternativas para não sentir a queda de 7,3% no número de canteiros em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal

São Paulo - O número de canteiros de obras no Centro-Oeste caiu 7,3% na comparação do primeiro semestre de 2012 e 2014, segundo a consultoria ITC. Em meio a uma economia menos pujante, empresários diminuem aportes na área residencial e concentram esforços na comercial, seguindo à risca as ações do governo em estradas, rodovias e ferrovias. "O valor do metro quadrado do imóvel residencial já cresce abaixo da inflação em Brasília, Goiânia e Cuiabá. Neste cenário, investir em galpões logísticos acompanhando as intervenções do governo em rodovias e estradas é uma solução saudável", afirmou o professor de economia e mobilidade urbana da Universidade Federal Goiás (UFG), Emerson Cruzes, lembrando que a perspectiva de avanço em larga escalada do agronegócio puxará essa demanda.

De acordo com o acadêmico, Goiás ganha atenção dos empresários por ser o segundo maior produtor nacional de etanol, além de ser um grande polo farmacêutico, "A capital goiana, inclusive, é sede do segundo maior mercado de manutenção de aeronaves, perdendo apenas para o polo aeronáutico da capital paulista", explicou. Mercado goiano Dados do Estado de Goiás apontam que a região recebeu mais de R$ 22 bilhões nos últimos anos em investimentos, com atração de 75 grandes empresas de áreas como saúde, logística, agronegócios e indústria. "Estando na região central do País, Goiás precisa ainda elevar toda a cadeia logística para ser passagem de toda movimentação em território nacional. Com esse tipo de avanço, o mercado imobiliário saltaria de maneira bem mais expressiva", disse. De olho nesse potencial de mercado, a construtora Vintage, especializada na construção de galpões logísticos, já conta com quatro empreendimentos em funcionamento em Goiás. Segundo o presidente da empresa, Robson Souza, a localização estratégica goiana é um grande diferencial na hora de fazer um investimento. "Goiás está próximo ao Sudeste - maior mercado consumidor do Brasil -, além da proximidade com o Norte, que cresce em consumo em ritmo mais acelerado. É o meio do caminho para ambos", disse.

A empresa projeta abertura de dois novos condomínios logísticos no centro-oeste até 2016. "Nossos empreendimentos, a principio, eram construídos e vendidos a investidores. Agora, vamos manter o local em nosso nome e alugar para empresas."

No mercado residencial do centro-oeste, o que puxa o mercado é a demanda reprimida por moradia própria. Segundo o presidente da imobiliária Alcatraz, que possui 12 unidades em Goiás, além do processo natural do goiano buscar por moradia, há uma grande chegada de novos moradores ao estado, impulsionado pela chegada de novas fábricas. "Uma estimativa do estado aponta que entre 30 e 40 mil pessoas chegam a Goiás todos os anos", disse ele. Para o executivo, mesmo com a economia mais fraca e a redução no número de obras no Estado de Goiás, há um grande potencial de crescimento para os próximos anos. "Comparado a outros estados da região centro-oeste do País, Goiás é o investimento mais rentável, já que o Distrito Federal tem preços elevados demais para o investidor", disse. Capital federal Na capital federal, o mercado imobiliário residencial também vem sentindo uma diminuição na velocidade de vendas. De acordo com o diretor da administradora imobiliária Lopes Royal, Marco Antônio Demartini, esse processo já era esperado, e sai à frente o empresário que escolher bairros em fase de estruturação imobiliária. "Um bom exemplo é o Noroeste, bairro de alto padrão reconhecido como ecológico. Hoje o local está concentrando parte dos lançamentos de Brasília, já que o bairro abrigará 50 mil moradores nos 209 terrenos do total - 52 deles já lançados", disse ele ao DCI. O executivo também ressaltou a região de Samambaia, bairro que teve o maior número de lançamentos nos anos de 2013 e 2014, com empreendimentos do segmento econômico e metro quadrado médio de lançamento de R$ 4 mil. Para Demartini, outro diferencial para esses novos bairros são os preços mais atrativos do que os praticados em outras regiões de Brasília. "Com a consolidação destas regiões, os preços ficam mais competitivos e com o aumento do potencial de valorização, os ganhos para o investidor são maiores", explicou. A perspectiva da Lopes Royal é que esse potencial de mercado do Noroeste se sustente por pelo menos 15 anos. "Em Samambaia a previsão é de dez anos. Existem outras áreas em desenvolvimento no mercado imobiliário de lançamentos do DF que tomarão os seus lugares na posição atual de polo de crescimento, como o Jóquei Clube, o Setor Oeste, a Quadra 500 do Sudoeste e área da DF-140. Brasília é uma cidade muito nova e tem espaço para se desenvolver mais", explicou.

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