A nota da redação é o primeiro critério usado para desempate nos processos seletivos e possui grande peso na nota final da prova. Diferente de outros vestibulares, o Enem possui suas peculiaridades. Confira as dicas:
Você sabe como fazer uma redação? Uma boa redação do Enem pode ser um grande diferencial para o seu ingresso acadêmico. Com ele, você tem a oportunidade de entrar em uma das melhores universidades do país. Ao mesmo tempo, a nota da redação possui um grande peso na avaliação final, e seu texto merece atenção. Entretanto, diferente de outros vestibulares, o Enem possui suas peculiaridades.
O Enem, Exame Nacional do Ensino Médio, foi criado em 1998 e suas notas podem ser utilizadas no Programa Universidade para Todos (ProUni), o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Em contrapartida, apesar da grande apreensão dos estudantes ao realizá-lo, é uma prova que desafia a resistência. São muitas horas de realização e por isso a otimização de tempo é sempre bem aceita. Além disso, sua redação é o primeiro critério usado para desempate nos processos seletivos. Dessa maneira, algumas dicas de como fazer uma redação podem te ajudar a construir um bom texto. Confira:
O gênero textual solicitado pela prova é a dissertação-argumentativa em prosa. Em outras palavras, você constrói uma tese inicial e deve defendê-la, com o fim de convencer o leitor. Por isso, os argumentos devem ser consistentes e bem amarrados com uma boa proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
– coesão e coerência;
– sequenciação;
– informatividade;
– ausência de marcas de oralidade e de registro informal;
– precisão vocabular;
– obediência às regras de:
– concordância nominal e verbal;
– regência nominal e verbal;
– pontuação;
– flexão de nomes e verbos;
– colocação de pronomes oblíquos (átonos e tônicos);
– grafia das palavras (inclusive acentuação gráfica e emprego de letras maiúsculas e minúsculas);
– divisão silábica na mudança de linha (translineação).
Não fugir do tema e falar com a profundidade adequada, respeitando o modelo solicitado. Pode-se utilizar artifícios como:
– Exemplos;
– Pesquisas;
– Alusões históricas.
Formular um texto claro, objetivo e coerente.
São avaliados aspectos como o encadeamento de ideias, colocação de parágrafos, estrutura das frases e uso de pronomes, verbos, advérbos e outros.
Apresentar uma solução ao problema exposto no tema, respeitando os direitos humanos e dividindo as responsabilidades em agentes diferentes. Não existe obrigação em inseri-lo na conclusão, entretanto é mais lógico e prático.
Todas as ideias que você teve no decorrer da prova devem ser anotadas para você poder definir a sua tese. Dessa forma, é importante escolher qual vai ser a sua abordagem e quais argumentos utilizará para defender sua tese. Mas antes de partir para a escrita do texto, é importante você fazer um pequeno planejamento. Igualmente, isso irá poupar tempo e tornará o texto mais objetivo. Dessa maneira, faça um simples escopo ou checklist que pode ser dividido em pontos, como:
Dentro desse exemplo, é possível pré-estabelecer todas as suas principais ideias com as palavras-chaves dentro de cada um dos itens, e assim conseguir manter o texto mais organizado já na primeira versão, além de não esquecer o que você deseja mencionar.
Da mesma forma, é importante você abordar um tema que você domine para a sua tese. Além disso, existem diferentes maneiras de você organizar o seu texto e ele continuar completo. Muitos profissionais defendem que não é o ideal utilizar modelos e estruturas prontas no seu texto, mas é importante planejá-lo de maneira que as ideias permaneçam organizadas.
Também é interessante mostrar ideias favoráveis e contrárias à sua opinião, sempre mantendo firme a persuasão. Isso demonstra, portanto, clareza e imparcialidade sobre o assunto abordado.
Uma boa introdução pode desencadear um texto bem amarrado. A sua tese deve estar clara desde o início, mostrando um posicionamento claro. Existem algumas formas de como fazer uma redação e sua introdução podem te ajudar:
Como fazer uma redação boa depende de como você argumenta. Portanto, deve contar três ou dois argumentos que sustentem suas ideias. Eles devem ter três funções importantes. Primeiro você precisa definir e apresentar a ideia principal, o tópico frasal, sobre o que você pretende discutir. Segundo, explicar os argumentos, as razões pelas quais você está defendendo um argumento com conectivos e explicativos. Por último, você precisa concluir o parágrafo de desenvolvimento.
A proposta de intervenção para o problema apresentado é um grande elemento de como fazer uma redação do Enem. Não basta apenas concluir, mas apresentar soluções viáveis que respeitem os direitos humanos. Ela deve estar detalhada e apresentar conexões com os argumentos desenvolvidos. Você precisa lembrar de confirmar o que você propôs ao longo do texto e sugerir melhorias.
O conteúdo, primeiramente, é o mais importante e merece a sua atenção. Assim, organize os argumentos da melhor forma para que as ideias façam sentido e estejam interligados. Ou seja, seguir a dica anterior pode ser um grande facilitador. Os critérios de avaliação da redação do Enem também incluem a gramática, por isso encontre os erros e corrija-os. Igualmente, caso tenha dúvidas sobre a grafia de alguma palavra, o mais indicado é substituí-la.
Enfim, quando concluir o seu texto com todas as correções e for passar a limpo, o ideal é respeitar o limite das linhas e não colocar informações fora da área de correção.
Assim como existem coisas que devem ser feitas na redação, existem coisas que precisam ser evitadas. Apesar de algumas parecerem óbvias, muitos estudantes cometem erros que podem comprometer o seu texto. Por isso, evite:
Por fim, as principais redações nota 1.000 do Enem saem do previsível, fogem dos clichês e relacionam outras áreas do conhecimento.
Autor: Amanda Carvalho Maia Castro
A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beauvoir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, já há o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.
Autor: Thais Saeger Ruschmann da Costa
É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado – neste caso, a manipulação.
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, esse cenário corrobora o termo “ilusão da contemporaneidade” defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo.
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos. Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.
Última modificação em 29/07/2022 08:46
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