Parler: por que a rede social do momento é tão polêmica?

Lançada em 2018, a plataforma vem ganhando cada vez mais adeptos, principalmente entre a ala conservadora, que se diz censurada por redes como Facebook e Twitter.

O Parler chegou ao mundo virtual em 2018. E se você curte novidades em tecnologia é provável que já tenha escutado esse nome por aí. O aplicativo surgiu como uma espécie de alternativa às redes sociais mais famosas, como Facebook e Twitter, por exemplo.

Além disso, vem conquistando muito espaço entre o público que tem ideais mais conservadores. Especialmente depois que as eleições americanas terminaram. Inclusive, o app voltou a figurar entre os mais baixados nos sistemas Android e iOS recentemente.

Isso acontece, principalmente, porque as gigantes das mídias sofrem, cada vez mais, pressão para inibir discursos de ódio e racismo bem como a propagação de fake news em suas plataformas. A demanda vem não apenas da sociedade, mas também de grandes anunciantes globais, que querem mecanismos mais rígidos de controle.

Por outro lado, há quem enxergue a situação como uma forma de tolher a liberdade de expressão. Assim, grupos conservadores e de extrema-direita acreditam ter encontrado no Parler um ambiente isento de regulação.

 

O que é o Parler?

O que é o parler
Imagem: reprodução / pinterest

 

Em 2018, John Matze e Jared Thomson lançaram a mídia social Parler. O nome tem origem no verbo francês que significa "falar". Ali, o usuário compartilha mensagens com até mil caracteres. Pode também postar imagens e vídeos, responder recados, usar hashtags e repostar publicações. Por causa dessas funções - bem parecidas com o Twitter -, ele já foi considerado um clone da ferramenta.

De acordo com a descrição do site oficial, trata-se de uma plataforma de “discurso livre”. Em resumo, seu objetivo é oferecer um terreno onde as pessoas possam se expressar “livre e abertamente, sem medo de ser ‘removido’ por suas opiniões”. Mesmo com moderação mínima, o app proíbe alguns tipos de postagens, como pornografia, ameaças de violência e suporte ao terrorismo. No entanto, isso funciona somente de maneira reativa, ou seja, quando há denúncias..

O Parler diz ainda que tem regras baseadas nos regulamentos da Comissão Federal de Comunicações e nas decisões da Suprema Corte dos Estados Unidos. Mas, segundo o jornal Washington Post, a verdade é que as leis isentam as empresas de mídia social de quase tudo que os usuários postam.

Entre as contas mais famosas do aplicativo estão as do apresentador Sean Hannity, da Fox News, Laura Loomer, ativista de extrema direita, e Donald Trump. Aliás, a equipe de campanha do atual presidente americano chegou a pedir que os seguidores migrassem para a nova rede. Enquanto isso, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos com cargos políticos (Flávio, senador, Eduardo, deputado federal, e o vereador Carlos) também têm perfis no Parler.

Não se sabe ainda quem são os investidores da rede, mas, na semana passada, Rebekah Mercer revelou que faz parte do grupo. Ela é conhecida como uma importante doadora e apoiadora de Donald Trump e diversas causas conservadoras.

 

A plataforma é mesmo conservadora?

 

De fato, o Parler se apresenta como uma plataforma neutra e livre. Nesse sentido, chegou a oferecer US$ 20 mil para contas com mais de 50 mil seguidores e visões políticas de esquerda para se juntar ao app. Mas, na prática, há inúmeros relatos de usuários que ironizaram contas conservadoras e, como resultado, acabaram banidos.

O ambiente se tornou reduto de apoiadores do QAnon, movimento americano de extrema-direita e a favor de Donald Trump. O FBI considera o grupo uma ameaça potencial de terrorismo. A migração se deu depois que Facebook, Instagram e YouTube se voltaram contra eles em outubro. O mesmo aconteceu com Proud Boys e Boogaloo Bois, organizações que incitam violência e que se refugiaram no Parler.

Já a vitória de Joe Biden na corrida presidencial levantou eventos no Facebook incentivando uma fuga para a nova rede social. Coincidência ou não, o app quase dobrou o número de usuários, chegando a 7,6 milhões de contas no dia 9 de novembro. Ou seja, pouco depois do anúncio da eleição do democrata.

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