Argentina restringe acesso ao dólar e induz empresas à inadimplência

O Banco Central da Argentina lançou novas medidas que restringem o acesso de pessoas físicas e jurídicas à moedas estrangeiras. Empresas temem entrar em déficit e ter prejuízos.

Argentina restringe acesso ao dólar e causa preocupação nas empresas nacionais.

Na quarta-feira (16), o Banco Central da Argentina anunciou medidas que encarecem e restringem ao máximo o acesso de pessoas físicas e jurídicas à moeda estrangeira, além de obrigar as empresas à inadimplência para reestruturar suas dívidas no exterior.

As medidas visam conter ainda mais a saída de dólares das escassas reservas do Banco Central. Afinal, o país vive atualmente um contexto de perda geral de credibilidade e do valor do peso argentino.

De acordo com o Banco Central, “O Conselho de Administração tem tomado medidas para promover uma distribuição mais eficiente de divisas. Além de evitar operações de investidores não residentes que entram no mercado financeiro e estabelecer diretrizes para a renegociação da dívida privada externa”.

A partir de hoje, as compras de bens e serviços realizadas no exterior, por meio de cartões de crédito e débito, terão seu valor reduzido pela cota de US$ 200 por mês.

Esse também é o valor limite de dólares que cada argentino pode comprar em bancos e casas de câmbio.

 

Argentina restringe acesso ao dólar
Imagem: reprodução / maxi gagliano

Argentina restringe acesso ao dólar e complica empresas

Na área de finanças corporativas, quem compra dólar no mercado não poderá mais negociar em bolsa. 

Bem como os não residentes não poderão mais negociar por meio de determinados instrumentos financeiros, responsáveis ​​por metade das compras de dólares. 

Segundo o economista Fausto Spotorno, “Esta medida é perigosa porque a empresa que quiser trazer dólares para a Argentina terá que trocar esses dólares no mercado local a 79 pesos. Mas, se quiser comprá-los, pagará 131 pesos. Obviamente, isso não é um negócio. Essas empresas vão ter que financiar perdas".

Ele também acrescenta: “O governo está praticamente obrigando as empresas a entrarem em déficit. Além disso, a medida vai cortar o acesso das empresas ao crédito internacional”.

A estratégia oficial é que as grandes empresas obtenham por conta própria financiamento para suas exportações, deixando pouco crédito local para as pequenas e médias empresas exportadoras.

As reservas do Banco Central da Argentina somam US$ 42,5 bilhões, mas desse montante apenas cerca de US$ 6 bilhões estão disponíveis. Esse valor é considerado baixo para o atual ritmo de compras por moeda.

Desde julho, US$ 2,6 bilhões saíram das reservas, apesar de todas as restrições à aquisição de moeda estrangeira e à movimentação de capitais.

Fonte Kenya News
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