Maduro vence no parlamento em eleição marcada pela abstenção

Mesmo com 69% de abstenção de eleitores da oposição chavista nas Eleições na Venezuela, aliados de Nicolás Maduro ganham no parlamento

Eleições na Venezuela - Mesmo com 69% de abstenção dos votos, o regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro venceu as eleições parlamentares realizadas em Caracas neste domingo (6).

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os resultados alegam que a coligação de partidos governistas, Grande Polo Patriótico obteve 67,7% dos votos e terá a maioria dos assentos na Assembleia Nacional.

Eleições na Venezuela - baixa participação

Durante todo o dia, os centros eleitorais de todo o país ficaram vazios. Neste ano, o CNE considerou o comparecimento da população às urnas um pouco abaixo da média, registrando votos de 31% do eleitorado venezuelano ao contrário das eleições parlamentares de 2015, onde a participação foi de 71%.

A baixa participação ocorre em meio à pandemia da Covid-19 e a uma desconfiança generalizada sobre a classe política. A votação foi boicotada pela maioria das siglas e lideranças opositoras, incluindo Juan Guaidó e seus aliados, que fazem parte do único poder que não está sob os comandos de Maduro.

Assim que saíram os resultados, Maduro fez um pronunciamento afirmando que ‘o povo, enfrentando todas as dificuldades, saiu para eleger a sua Assembleia Nacional. Obtivemos uma tremenda vitória eleitoral...Tudo o que ganhamos até hoje, ganhamos com votos, pois somos democratas’.

Como funciona o parlamento venezuelano

Os candidatos à Assembleia Nacional são eleitos por dois sistemas, voto nominal e voto por lista. O CNE criou mais 110 vagas além das 167 cadeiras já existentes, elevando a 277 o número de deputados que serão eleitos, com posse prevista para o dia 5 janeiro de 2021.

A maior parte da oposição, que é liderada por Guaidó, não participou das Eleições na Venezuela, alegando que haveria fraudes.

Já a escolha dos membros do CNE é um dos motivos que fizeram com que a oposição não participasse da votação neste domingo. Os nomes indicados deveriam passar pelo Congresso, o que não aconteceu e foram escolhidas pessoas ligadas ao regime chavista.

Sucessor de Chávez

Logo após a vitória eleitoral de Hugo Chávez, em 2012, o vice-presidente Nicolás Maduro assumiu interinamente a presidência da República Bolivariana da Venezuela. Após a morte de Chávez, em 2013, Maduro foi eleito para cumprir o mandato integral. Foi reeleito em 2018, num pleito controverso e não reconhecido pela oposição e pela comunidade internacional, com muitos países e órgãos supranacionais não admitindo mais sua legitimidade como presidente.

Reação Brasileira sobre as Eleições na Venezuela

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, fez comentários sobre a votação em uma rede social. Segundo ele, ‘trata-se de uma tentativa do regime de Maduro de conseguir legitimação, porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade’.

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