Primeiro-ministro libanês renuncia de seu governo após explosões

A renúncia de Hassan Diab segue a de quatro ministros em dois dias. Os manifestantes culpam a classe política pela explosão mortal que devastou Beirute em 4 de agosto.

Hassan Diab, primeiro-ministro libanês renuncia de seu governo nesta última segunda-feira (10), seis dias após as explosões de Beirute.

No sábado (8 ) ele disse estar pronto para permanecer no poder "por dois meses". Este será o período em que as forças políticas organizarão a realização de eleições parlamentares antecipadas.

O executivo ficou enfraquecido com a saída de quatro ministros após a terrível explosão, que deixou pelo menos 160 mortos e reanimou as manifestações popular.

Em um discurso transmitido na televisão segunda à noite, Hassan Diab afirmou:  "Hoje, estamos respondendo à vontade do povo que exigem a responsabilidade por esse desastre e ao seu desejo de uma mudança real". 

Logo depois,  o ex-primeiro-ministro libânes renuncia dizendo: “Diante dessa realidade, anuncio hoje a renúncia deste governo”.

De acordo com ele, a tragédia que ocorreu na capital libanesa há menos de uma semana é o resultado da "corrupção endêmica". Hassan Diab lamentou o acontecimento durante seu discurso. Além disso, ele afirmou que estava ao lado de quem exigia que os responsáveis ​​por este "crime" sejam levados à justiça. 

Segundo ex-primeiro-ministro, “O sistema de corrupção se espalhou dentro do estado. Percebi que esse sistema é maior do que o estado que, de mãos atadas, não conseguiu combatê-lo”.

O presidente libanês Michel Aoun aceitou a renúncia e instruiu a Diab a lidar com os assuntos atuais até que um novo gabinete fosse formado.

 

Protestos no líbano após explosões
Imagem: reprodução

Primeiro-ministro libanês renuncia após manifestações

No entanto, a renúncia do governo não deve satisfazer as manifestações populares no Líbano, que exigem a saída de toda a classe política acusada por meses de corrupção e incompetência. "Tudo significa tudo" , proclamaram nos últimos dois dias os manifestantes, pedindo a saída de todos os líderes, incluindo Michel Aoun e o líder do Hezbollah Hassan Nasrallah.

Contudo, a devastação causada pela explosão é uma catástrofe a mais para os libaneses. O país está mergulhado há vários meses em uma crise econômica muito séria, marcada por uma depreciação sem precedentes de sua moeda (a libra libanesa), hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias drásticas.

No sábado, milhares de manifestantes marcharam pelo centro de Beirute. Além disso, novos confrontos eclodiram na noite de domingo no centro da capital entre a polícia e um grupo de manifestantes. 

Em uma avenida que leva ao Parlamento, os manifestantes atiraram pedras e dispararam fogos de artifício contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo na tentativa de dispersá-los.

Fonte Le Monde
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