Copom eleva taxa de juros para 2,75% ao ano

Apesar de alta da Selic ser esperada, veio acima das expectativas de muitos economistas e analistas de mercado, que apostavam em subida de 0,50 ponto porcentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou hoje, quarta-feira, 17, por unanimidade, em 0,75 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic, que passa dos atuais 2,00% para 2,75% ao ano até 5 de maio, quando o comitê se reunirá para nova decisão. A alta veio acima da expectativa da maioria dos economistas ouvidos na última pesquisa semanal Focus, do Banco Central,  e também de muitos analistas de mercado, que apostavam em uma elevação média de 0,50 ponto porcentual.

Copom sobe Selic aos 2,75% ao ano

A subida da taxa era aguardada por boa parte do mercado financeiro devido à aceleração da inflação, puxada especialmente pela alta no preço dos alimentos, de quase 20% nos últimos 12 meses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, bateu nos 5,2% nos últimos 12 meses fechados em fevereiro, encostando, portanto, na meta de 5,25% fixada pelo Banco Central, e bem acima da meta central, de 3,75%. A alta no preço dos combustíveis também vem pressionando a inflação no atacado.

A Selic é a taxa de referência para a formação das demais taxas de juros da economia e também é uma ferramenta usada pelo Banco Central para manter a inflação sob controle. A aceleração atual da inflação fez o governo revisar a expectativa de 4,42% em 2021, frente a uma expectativa anterior de 2,94%, em novembro passado, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado, nesta quarta-feira, 17, pela Secretaria de Política Econômica. Mas a Selic também impacta diretamente no custo do crédito ao consumidor, que tem sua taxa formada a partir dela, pesando especialmente no crédito imobiliário.

A inflação em alta que levou o Banco Central a subir a taxa é vista pelo mercado financeiro como um forte sinal da retomada do ciclo de alta dos juros neste ano. A última vez que a instituição elevou a taxa foi em 2015, quando a Selic passou de 13,75% para 14,25% ao ano. Em  agosto de 2020, a taxa caiu para 2,00% ao ano, menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986. Também por causa da inflação em aceleração o mercado financeiro passou a projetar uma alta maior da Selic para 2021, chegando a 4% ao ano no final de dezembro, segundo o Boletim Focus do BC da última segunda-feira, 15.

O Copom informou em comunicado que "a continuidade da recente elevação no preço de commodities internacionais em moeda local tem afetado a inflação corrente e causou elevação adicional das projeções para os próximos meses, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis. Apesar da pressão inflacionária de curto prazo se revelar mais forte e persistente que o esperado o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução". E que "as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação"

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