Para driblar custos, empresas adotam o delivery próprio

Usar plataformas próprias permite fidelizar clientes além de escapar das comissões cobradas pelos marketplaces

Entre as mudanças que a pandemia trouxe para os hábitos dos consumidores está o grande crescimento do delivery. Só nos primeiros cem dias de isolamento social, mais de 16,5 milhões de brasileiros usaram o serviço, enquanto outros 46 milhões aumentaram a sua frequência, de acordo com o Instituto Locomotiva. 

Delivery próprio

Para adaptar os negócios a esse novo cenário muitas empresas decidiram adotar plataformas de delivery próprio como alternativa para escapar dos altos custos dos aplicativos de entregas. Caso do Wine-Thru, delivery de vinhos e espumantes de Florianópolis, Santa Catarina.

“Lançamos as vendas só em um grande marketplace popular, mas quando fomos fechar o financeiro percebemos que seria inviável mantê-lo como única opção, já que o lucro acaba ficando muito baixo com a cobrança de taxas”, explica a idealizadora do negócio, Juliana Galliano, que passou a utilizar o aplicativo Kyte, que oferece recursos de vendas e gestão pelo celular, como delivery próprio. ”O app tem uma versão de custo baixo e outra gratuita, então conseguimos aumentar nosso ganho pagando só os motoboys”, diz. 

Em geral, espaços próprios têm um custo fixo mensal, enquanto marketplaces cobram uma comissão que varia de 10% a 30% sobre as vendas, além de eventuais mensalidades, diminuindo significativamente a margem de lucro dos estabelecimentos. 

“Pela questão da visibilidade, sabemos que é interessante estar presente nos marketplaces. Mas, ao ter uma plataforma própria, esses vendedores podem atrair seus clientes para o espaço em uma nova compra. Uma dica para isso é incluir o endereço do seu cardápio virtual no recibo ou fazer uma anotação no pacote da entrega que vai pelo marketplace ”, comenta Guilherme Hernandez, CEO da startup Kyte.

Essa foi justamente a estratégia adotada por Daniele Eleotério, CEO da Bolos di Dani, do Rio de Janeiro (RJ). Ela conta que oferece um desconto aos clientes que vêm do marketplace, se a próxima compra for feita pelo aplicativo próprio.

“O marketplace cobra uma taxa alta, porém ele divulga o meu negócio. Então eu pago esse preço para atrair clientes, como em uma praça de alimentação. Mas a ideia é não ficar refém e ter um app próprio para que trazer esse cliente. Dessa forma meu lucro é maior”, diz.

O app de vendas e gestão da Kyte tem uma versão gratuita e uma PRO, que no Brasil custa R$ 19,90 por mês. A possibilidade de pedidos online, por exemplo, fazia parte do plano pago, mas foi liberada para todos os usuários com a pandemia.

“Percebemos que podíamos ajudar pequenos comércios no mundo a passar por esse momento de mudança”, reforça Hernandez. O app tem no segmento de alimentos e bebidas a maior parte de seus clientes:  24,3% dos 25 mil usuários espalhados por 143 países do mundo.

Fidelização

Além de custos maiores, os aplicativos de marketplace também têm a desvantagem de não permitir o acesso à base de clientes do delivery. Para contatar o consumidor, no caso de um problema com o pedido, por exemplo, é preciso passar pela central de atendimento.

“Com uma plataforma própria, o vendedor consegue falar diretamente com seus clientes,  acompanhar seus hábitos de consumo e criar promoções e ofertas especiais, o que aumenta muito as chances de fidelização”, explica o CEO da Kyte. “No marketplace, o cliente é do marketplace, enquanto no app da Kyte, o cliente é do comércio”, complementa.

Dependendo da plataforma escolhida, ainda é possível reunir toda a gestão do negócio em um só lugar, mesmo que as vendas também sejam realizadas por outros canais, como telefone, redes sociais ou até mesmo em espaço físico.

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