Governo proibirá empresários de comprarem vacina para funcionários

Em reunião com empresários ligados à Fiesp, o ministro Braga Netto diz que setor privado não poderá comprar vacinas para funcionários. Governo alega que já tem cerca de 500 milhões de doses contratadas

O governo federal negou a possibilidade de empresas comprarem a vacina contra a Covid-19 para a imunização própria de funcionários, segundo afirmou nesta quinta-feira (14) o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Os empresários reforçaram a importância da vacinação para a economia do país em 2021. 

Vacina será distribuída pelo governo

A proibição foi comunicada em uma reunião virtual realizada com 28 empresários na quarta-feira (13). No encontro, participaram também o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. O governo alegou que a campanha de vacinação será centralizada pelo Ministério da Saúde: "Essa possibilidade ontem foi negada. Essa possibilidade no momento não existe", disse Skaf em entrevista à rádio CBN. 

"Uma empresa que tenha 100 mil funcionários, se ela quiser ir ao mercado, comprar a vacina e vacinar seus funcionários não pode", acrescentou o presidente da Fiesp. Os empresários demonstraram preocupação com a demora para o início da imunização na reunião. Elcio Franco e Braga Netto disseram que não iriam falar em uma data para não “criar expectativa”.

No entanto, o secretário-executivo da Saúde buscou tranquilizar os empresários a respeito da demora para a vacinação. Afirmou que assim que a campanha for iniciada, o governo terá capacidade para fornecer 25 milhões de doses por mês, a partir do início de março, contando com a estrutura de produção do Instituto Butantan, a CoronaVac, e da Fiocruz, a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Segundo Elcio Franco, o governo federal já tem 50 mil pontos de vacinação à disposição e reservou cerca de R$ 20 bilhões para a realização da campanha nacional de imunização.

Skaf disse que os empresários já possuem dinheiro, logística e estrutura para a vacinação."Aquela impressão que dá de inoperância, que as coisas estão meia estagnadas e o Brasil está ficando para trás, não se confirmou", disse. "O que falta é só a vacina, o resto está tudo preparado, de acordo com as informações que tivemos na reunião de ontem".

 

Pazuello sobre início da vacinação

Franco afirmou que a imunização terá início imediatamente após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar as vacinas do Instituto Butantan e da Fiocruz. O governo também afirmou que já tem cerca de 500 milhões de doses de vacina contratadas. A resposta da Anvisa aos pedidos de uso emergencial é aguardada para domingo. Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, afirmou que a vacinação vai começar ainda em janeiro, de forma simultânea e proporcional aos Estados.

 

Empresários querem ajudar na campanha de vacinação

No encontro, o vice-presidente do grupo Raia-Drogasil, Eugênio de Zagottis, presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), disse que colocou à disposição do governo 4.500 lojas com estrutura para vacinar, além de 7.000 farmacêuticos. Braga Netto e Fábio Faria afirmaram que levariam a informação ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro.

Os ministros ainda informaram aos empresários que as negociações com a companhia aérea Azul Linhas Aéreas estão avançadas. O governo pretende fazer pela companhia o transporte gratuito das vacinas no país. Disse ainda que um Airbus da Azul vai sair amanhã do Aeroporto do Recife em direção à Índia, onde estão 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. O pouso acontecerá no sábado, no Rio de Janeiro.

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