História do Kichute, tênis ícone dos anos 80

Kichute chegou a vender mais de nove milhões de pares por ano

O Kichute, um dos tênis mais emblemáticos do Brasil, conquistou gerações nas décadas de 1970 e 1980, consolidando-se como um ícone cultural. Sua história é marcada por nostalgia, simplicidade e um apelo popular que ultrapassou as barreiras do tempo. Mas o que aconteceu com a marca?

Origem do Kichute

O Kichute nasceu na década de 1970, produzido pela São Paulo Alpargatas, uma empresa que já era conhecida por fabricar outros produtos populares, como as Havaianas. Inicialmente, o tênis foi concebido como um calçado versátil, resistente e acessível, atendendo tanto às necessidades esportivas quanto ao dia a dia de crianças e adolescentes.

O design do Kichute era simples, mas marcante: um tênis preto de lona com cadarços reforçados e solado de borracha com travas, lembrando chuteiras de futebol. Seu preço acessível e durabilidade também se tornou popular entre as famílias brasileiras, especialmente aquelas que buscavam alternativas econômicas para seus filhos.

Nos anos 80, o Kichute atingiu seu auge. Ele não era apenas um calçado; era um símbolo de infância e brincadeiras de rua. Quem cresceu nessa época provavelmente se lembra de jogar futebol em terrenos baldios, praticar educação física na escola ou até mesmo utilizá-lo como sapato do dia a dia.

O sucesso do Kichute não se limitou ao seu desempenho como calçado. Ele se tornou parte do imaginário coletivo de uma geração. Nos anos 80, era comum ver propagandas de tênis em revistas, jornais e na televisão, sempre destacando sua ligação com o futebol e a infância. A marca tinha uma estratégia de marketing simples, mas eficaz: retratar o Kichute como o calçado perfeito para quem queria ser um craque de futebol.

O declínio da popularidade

Com o passar do tempo, o Kichute começou a perder espaço no mercado. Nos anos 90, o surgimento de novas marcas e modelos de tênis esportivos, com designs mais modernos e tecnologias avançadas, começou a desbancar a simplicidade do brasileiro. A ascensão de marcas globais como Nike, Adidas e Puma trouxe novos padrões de consumo, e o público jovem começou a buscar alternativas mais modernas e sofisticadas.

Outro fator que contribuiu para o declínio foi a mudança no estilo de vida das crianças e adolescentes. Com o avanço da tecnologia e o aumento do tempo gasto em atividades indoor, como videogames e televisão, as brincadeiras de rua caíram a diminuição, e o Kichute perdeu parte de seu apelo.

A São Paulo Alpargatas, então, optou por descontinuar a produção de tênis, colocando um ponto final em sua era de ouro. Para muitos fãs, foi o fim de um ciclo que marcou profundamente a cultura brasileira.

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