O rendimento dos títulos do Tesouro com a alta da Selic

Elevação da taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual elevou especialmente o ganho do Tesouro Selic, mas não é o único

A elevação da taxa básica de juros, a Selic, deu um empurrãozinho também no rendimento oferecido pelos Títulos do Tesouro. São títulos emitidos pelo governo e  negociados na plataforma do Tesouro Direto.

O impacto mais imediato é sobre o Tesouro Selic, cuja remuneração se move de acordo com a Selic. Desde 17 de março, quando o juro básico subiu, o Tesouro Selic, que rendia 2,00% ao ano, passou a remunerar com 2,75%.

Mas se o beneficiário direto de uma Selic mais alta é o Tesouro Selic outros tipos de título e aplicação também são favorecidos pelo movimento executado pelo Banco Central na taxa básica.

Títulos do Tesouro com a alta da Selic

Uma das aplicações que se beneficiam da elevação da Selic são os fundos DI e de renda fixa. A carteira do fundo DI é quase toda formada por LFT (Letra Financeira do Tesouro). A LFT é uma versão, nos fundos de investimento, do Tesouro Selic, da plataforma do Tesouro Direto. O fundo de renda fixa mescla na carteira LFT com outros títulos, públicos e privados, com taxas de juro pré e pós-fixadas.

Outros Títulos do Tesouro, como as Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B) e Notas do Tesouro Nacional da série F (NTN-F), não devem ser influenciadas pela decisão do Copom. A avaliação é de Eduardo Santalucia, sócio da Santa Investimentos.

A NTN-B é ofertada no Tesouro Direto como Tesouro IPCA. Ele rende juro prefixado, combinado na hora da compra, e correção monetária pelo IPCA. A NTN-F, cuja versão no Tesouro Direto é Tesouro Prefixado, remunera com juro prefixado. A taxa combinada é que o investidor vai receber no resgate, independentemente dos juros em vigor no mercado.

“São títulos que não sofrem influência direta da Selic”, pontua Santalucia. “Mas, como têm seu valor atualizado dia a dia no mercado, podem sofrer influência do juro futuro.” Esses juros vêm bastante pressionados, com prêmio muito alto, como se diz no jargão do mercado.

“Se houver uma acomodação ou recuo dos juros futuros, esse movimento poderá favorecer os títulos públicos prefixados em poder do investidor.”

São títulos que, com eventual queda de juros futuros, seriam valorizados no mercado secundário. Uma continuidade de alta provocaria efeito contrário. Pode haver valorização ou desvalorização momentânea, mas o rendimento será o pactuado previamente se o investidor fizer o resgate no vencimento do título. Poderá ocorrer perda se o papel for vendido no meio do caminho, antes do prazo previsto para o resgate.

Títulos privados

Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCI)e Letras do Agronegócio (LCA) são títulos de emissão bancária. Todos com rendimento vinculado ao juro DI, uma versão da Selic. As duas taxas costumam andar quase juntas.
Os CDBs com juros prefixados, que em geral rendem entre 90% e 95% do DI, não tendem a passar por ajuste, prevê Santalucia. Já o CDB com juro pós-fixado atrelado ao juro DI deve calibrar o rendimento à provável elevação da Selic. O rendimento fica ligeiramente abaixo do DI, mas os grandes bancos costumam oferecer liquidez ou possibilidade de saque diário depois de 30 dias de aplicação.

AS LCI e LCA não oferecem liquidez diária, exigem aplicação acima de seis meses, mas podem render 110% a 115% do CDI. Uma elevação da Selic, que influencia o juro DI, pode melhorar o desempenho dessas letras.

 

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