Reunião do Copom hoje deve manter Selic 15% ao ano
Taxa é a mais alta em 20 anos

Nesta quarta-feira, 17 de setembro, acontece Reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco do Brasil, que definirá a taxa de juros do país para os próximos meses. A expectativa do mercado é de estabilidade da Selic, atualmente de 15% ao ano. Esse é o maior patamar desde 2020.
Economistas avaliam que a Selic só deve começar a cair no início de 2026, embora exista a possibilidade de cortes ainda em 2025 caso o dólar recue mais fortemente ou a economia desacelere de forma acentuada.
Como o BC decide a Selic?
O Banco Central define a Selic com base no sistema de metas de inflação. Desde 2025, a meta passou a ser contínua em 3% ao ano, considerada cumprida se os preços oscilarem entre 1,5% e 4,5%.
Como a inflação ficou seis meses seguidos acima da meta, o BC precisou publicar uma carta explicando os motivos.
O efeito da Selic na economia não é imediato: leva de seis a 18 meses para impactar preços, consumo e geração de empregos. Por isso, o BC já mira as projeções de 2027 ao definir a taxa atual.
Segundo o boletim Focus, as previsões de inflação são:
- 2025: 4,83% (acima da meta)
- 2026: 4,30%
- 2027: 3,9%
- 2028: 3,7%
Todas as estimativas seguem acima da meta central de 3%.
Na ata da última reunião, divulgada em agosto, o BC afirmou que a economia já mostra sinais de desaceleração do crescimento. O chamado “hiato do produto”, que é a diferença entre o que o país produz e o que poderia produzir sem pressionar a inflação, segue positivo.
O juro alto, segundo o BC, já contribui para frear a atividade e deve impactar mais a geração de empregos nos próximos meses.
O resultado será divulgado após as 18h30. O anúncio será acompanhado com atenção por investidores, economistas e pelo setor produtivo, já que a Selic influencia diretamente os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e investimentos.