Vai ter greve dos caminhoneiros? Alta do diesel acende alerta
Categoria afirma enfrentar dificuldade para manter os serviços com os atuais valores do diesel
Após a Petrobras anunciar um reajuste nos valores de revenda da gasolina e do diesel na última sexta-feira (17), a possibilidade de uma nova paralisação entre os caminhoneiros voltou a crescer no país. No entanto, como a mobilização ainda não aconteceu oficialmente, ainda não há definição se vai ter greve dos caminhoneiros.
Mas, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA), Wallace Landim, conhecido como Chorão Caminhoneiro, a paralisação é o mais provável.
Vai ter greve dos caminhoneiros?
Vai ter greve dos caminhoneiros? Por meio de nota divulgada à imprensa, a Abrava afirmou que recebeu com indignação o novo reajuste do diesel, que subiu 14,2%, alterando o preço médio de venda da Petrobras de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. A associação argumenta que a política de preços praticadas pela estatal, que reajusta os combustíveis por meio da cotação em dólar do barril de petróleo, está prejudicando o trabalho da categoria.
"Estamos alertando há muito tempo das consequências dessa política de preços da Petrobras e caos econômico que ela está causando na sociedade. O caminhoneiro está sendo esmagado pela inflação e pela alta do diesel", afirmou por meio de nota.
Para a Abrava, a falta de reestruturação da Petrobras foi um dos pontos decisivos para a instalação do problema, aumentando a possibilidade de que vai ter greve dos caminhoneiros. "Hoje chegamos nesse ponto crítico, sendo que ainda temos sérios riscos de falta de diesel", completa o texto.
Segundo o presidente da associação, Wallace Landim, a tendência é que a categoria paralise suas atividades nos próximos dias. "O país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável. Essa luta não é só dos caminhoneiros, mas de todo o povo Brasileiro", concluiu por meio da nota.
No entanto, apesar da avaliação da Abrava, a categoria ainda não iniciou oficialmente sua mobilização. Por isso, ainda não é possível definir se vai ter greve dos caminhoneiros ou quando a paralisação poderá ter início.
Presidente da Petrobras pede demissão
Com a repercussão negativa, o então presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pediu demissão nesta segunda-feira (20). Além disso, ele também renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração da empresa. Segundo o comunicado divulgado pela estatal, um presidente interino será selecionado entre os diretores da Petrobras para assumir o cargo até que outra pessoa seja nomeada pelo Governo Federal para substituir José Mauro Coelho no comando da empresa.
Relembre a última greve dos caminhoneiros
Em 2018, uma paralisação da categoria que também foi motivada pelo aumento do diesel paralisou diversos serviços em todo o país. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), rodovias de 22 estados brasileiros foram interditadas pelos caminhoneiros que cobravam uma redução no preço do combustível.
Naquele ano, entre os dias 21 de maio e 1º de junho, o abastecimento de comida, combustível e outros itens básicos foi severamente prejudicado no país. Durante a mobilização, a Petrobras chegou a reajustar o preço do diesel diminuindo em 10% o valor do combustível.
Ao fim da greve, o então presidente da estatal, Pedro Parente, que estava no comando da empresa há cerca de dois anos, pediu demissão. Por meio de uma carta, ele afirmou que "minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente".
Naquele período, o preço médio do litro de diesel era de R$ 4,40. Na última semana, antes de entrar em vigor o reajuste de 14,2%, o combustível estava custando R$ 6,906 de acordo com a última pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).