
Uma das modalidades mais conhecidas pelo brasileiro que quer adquirir algum bem, como um carro ou casa, é o consórcio. Inclusive, a expectativa de crescimento para a modalidade em 2020 é de 15% segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). Mas será que consórcio vale a pena?
Primeiramente, saiba que não existe uma única resposta para essa pergunta. Vamos começar explicando melhor o conceito de consórcio, cuja regulamentação está na lei 11.795. Resumidamente, trata-se da reunião de um grupo de pessoas que deseja adquirir um bem de forma programada e sem ter que pagar juros por isso.
Ou seja, cada membro do grupo vai pagando a sua cota e possibilitando a formação de patrimônio, que é corrigido até a hora em que o participante recebe o crédito para a aquisição de bem. A definição desse momento é por sorteio, o que significa que pode demorar se não houver um pouco de sorte. Mas também é possível dar lances e melhorar as chances de contemplação.
Consórcio vale a pena para quem?
Se você tem disciplina para poupar e investir dinheiro de forma frequente e pode esperar para adquirir o bem ou serviço que tanto quer, provavelmente o consórcio não vale a pena. Isso porque a contemplação pode demorar, não há liberdade para investir o dinheiro em opções melhores de remuneração e ainda é preciso pagar taxa de administração.
Por outro lado, consórcio vale a pena em outras situações. Se você não tem pressa para adquirir o bem, não tem como pagar à vista e falta disciplina para guardar e investir dinheiro, normalmente pode usar a modalidade como uma espécie de poupança forçada.
Também é o caso se você ainda não conseguiu formar uma reserva de emergência até hoje e acredita que se não tiver algum compromisso do tipo, simplesmente gastará todo o dinheiro que entra no lugar de formar patrimônio. Neste caso, vale a pena sim considerar a opção.
Quais as opções de consórcio?
Quem está pensando se consórcio vale a pena precisa considerar que existem muitas opções da modalidade no mercado. Vale para bens como imóveis, motos e carros e até serviços como cirurgias plásticas e viagens. Também dá para sacar o valor em dinheiro um tempo depois do consórcio ser finalizado caso você não queira mais o bem ou serviço. Durante a pandemia, essa alternativa foi flexibilidade.
A opção de não usar a carta para adquirir o bem ou serviço que era objeto do consórcio também pode ser interessante para quem não consegue guardar dinheiro de forma alguma e quer fazer um pé de meia, já que o investimento costuma durar por anos ou até décadas no caso de imóveis.

O que mais levar em conta?
Para refletir se consórcio vale a pena no seu caso, avalie também que as regras dessa modalidade são rígidas e você não vai poder sacar o valor investido a qualquer momento como muitos investimentos permitem. Faça uma auto avaliação e verifique se, no seu caso, é a melhor forma de poupar realmente.
Se a resposta for positiva, é preciso também escolher instituições confiáveis para colocar o seu dinheiro. Isso porque estamos falando em muito tempo de investimento. Ou seja, não dá para arriscar. Procure solidez e referências no mercado e leia atentamente todas as regras do contrato antes de entrar em um consórcio.