Transporte: subsídios seguram demanda de empresas por veículos

SÃO PAULO – As concessões de crédito para compra de veículos por empresas estão praticamente estáveis nos últimos 12 meses. Segundo representantes de bancos de montadoras

SÃO PAULO - As concessões de crédito para compra de veículos por empresas estão praticamente estáveis nos últimos 12 meses. Segundo representantes de bancos de montadoras, esse resultado poderia ser pior caso o governo federal não tivesse criado o Programa de Sustentação do Investimento (Finame PSI) no segundo semestre de 2009 como forma de combater os efeitos da crise econômica. Por essa linha, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) repassa aos bancos recursos para uma linha de financiamento com juros baixos para compras de caminhões, ônibus e outros bens de capital e transporte. Além dos juros, as empresas também contam com outras vantagens, como prazos de até 60 meses para o pagamento. "As linhas do BNDES foram muito importantes para aumentar o volume de vendas de caminhões. Com a taxa de 4% ao ano muitos empresários trocam toda a frota porque o custo é menor do que os de manutenção da frota antiga", afirmou gerente executivo para América Latina do Banco Volkswagen, Ricardo Bonzo.

O Banco Mercedes-Benz compartilha da mesma opinião e acredita que o instrumento do governo federal foi fundamental para segurar a demandar por crédito em um cenário de baixo crescimento da economia. "O Finame é uma ferramenta incrível para fomentar a renovação de frotas. Cerca de 90% da nossa carteira de caminhões usa essa linha, em ônibus esse índice chegou a 98%. As taxas de juros cobradas são, na prática, negativas uma vez que a inflação está em torno de 5,77% nos últimos 12 meses", afirmou o diretor comercial do banco, Angel Martinez. Ainda de acordo com Angel, os setores de mineração, soja e logística foram os que mais demandaram crédito para transportes. Enquanto que as empresas de construção civil demandaram menos empréstimos que o esperado. As empresas de ônibus, por sua vez, passaram a demandar mais crédito no banco logo após as manifestações populares de junho desse ano. "Uma das principais demandas dos atos foi a melhoria do transporte público. Sentimos que as empresas começaram a renovar sua frota para atender melhor seus passageiros. A compra de ônibus biarticulados, com capacidade de transportar mais passageiros, aumentou depois de junho, por exemplo", citou Angel. Os representantes dos bancos esperam um aumento de procura no final desse ano porque apesar do PSI Finame ter sido renovado pelo governo ainda há dúvidas sobre as taxas de juros que serão cobradas.

Dessa forma, os índices de 3% a 4% cobrados atualmente são válidos só até o final do ano. "Ainda há incertezas sobre quais serão as condições em 2014. Algumas empresas estão antecipando suas compras para não correr o risco de perder as condições", afirmou Angel. O perfil de crédito para compra desses transportes não se alterou muito nesse ano em comparação com o ano passado. No Banco Volkswagen, por exemplo, 72% de toda a demanda por crédito para compra de caminhões partiu de pequenas e médias empresas, e os outros 28% de grandes empresas. Os prazos para pagamento desses empréstimos estão até outubro desse ano em uma média de 54 meses. "Nós não sentimos uma diferença substancial no perfil do tomador do crédito e nem nas condições de pagamento na comparação de outubro do ano passado em relação ao mesmo período desse ano", afirmou Ricardo.

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