Ibovespa se recupera com Fomc e CPI da Covid no radar

Índice caiu na véspera com demissões no Ministério da Economia e preocupação com manutenção da agenda liberal

Após fechar a véspera com perda de 1%, o Ibovespa abriu a manhã desta quarta-feira, 28, em recuperação. No radar, investidores aguardam principalmente o pronunciamento sobre política monetária, nos Estados Unidos, do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). A expectativa é de que o órgão mantenha a taxa de juros dos EUA próxima de zero.

Ainda no exterior, o presidente Joe Biden levará ao Congresso a proposta de US$ 1,8 trilhão em novos gastos e créditos fiscais voltados para crianças, estudantes e famílias. A movimentação acontece enquanto o presidente americano ainda enfrenta dificuldades para aprovar seu plano de infraestrutura e, também, após anúncio da intenção de aumentar os impostos para os mais ricos.

Também movimenta  o mercado a divulgação de resultados corporativos de gigantes da tecnologia. Depois da Tesla, a noite de terça-feira foi marcada pelos balanços de Alphabet, controladora do Google, e da Microsoft. Ambas registraram receita maior do que o esperado.

O Ibovespa registrava alta de 0,5%, aos 119.983 pontos, às 10h11 (horário de Brasília). Enquanto isso, na outra ponta, o dólar caía 0,93% a R$ 5,41.

Ibovespa hoje, 28 de abril de 2021

No Brasil, noticiário político e econômico continuam movimentados. Na véspera foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Assim como o esperado, os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foram eleitos presidente e vice-presidente da CPI, respectivamente. Renan Calheiros (MDB-AL) é o relator. O objetivo da comissão é investigar a condução do governo federal no combate à pandemia, assim como a atuação de governadores.

Vale lembrar que, das 11 vagas na comissão, apenas quatro são ocupadas por senadores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Investidores ainda digerem a demissão do secretário especial Waldery Rodrigues, tido como o número 2 do Ministério da Economia, além de outras confirmações de que mais secretários da equipe do ministro Paulo Guedes serão substituídos. A saída de Rodrigues foi atribuída ao impasse gerado com o texto do Orçamento, aprovado com valores muito acima do teto de gastos, que gerou estresse entre o Congresso e o Ministério da Economia.

Com as substituições, o mercado trabalha agora não apenas com a dúvida quanto à manutenção da agenda liberal de Guedes, mas também com os sinais de um possível enfraquecimento do próprio ministro. Os próximos dias serão de atenção para a reformulação na equipe econômica que será feita por Guedes, que ainda dribla as notícias de um futuro desmembramento do Ministério da Economia. O que representaria também menor poder para o ministro.

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