CVM autoriza e B3 terá o primeiro ETF 100% em Bitcoin da América Latina

Pedido foi feito pela QR Asset Management com expectativa de movimentar R$ 500 milhões

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou, na quarta-feira, 17,  o primeiro ETF (Exchange Trade Fund ou Fundo de Investimento) 100% em Bitcoin do Brasil, uma iniciativa pioneira não apenas no país, mas em toda a América Latina e até no mundo, já que é apenas o quarto ETF atrelado ao BTC.Os outros três são do Canadá. 

CVM ETF

O pedido foi feito pela QR Asset Management, gestora de recursos da holding QR Capital e, com a aprovação da CVM, a captação de oferta deverá ser aberta com expectativa de movimentar R$ 500 milhões, na avaliação feita pelo fundador e diretor executivo da holding, Fernando Carvalho.

Segundo o executivo, os investidores poderão negociar o novo ETF com ticker QBTC11  na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, e em qualquer sistema de negociação das corretoras na internet. A previsão é de que isso ocorra até o fim deste semestre, mas na bolsa o prazo pode ser ainda menor, dependendo da velocidade dos trâmites da oferta primária.

O QBTC11, 100% alocado em bitcoin estará disponível nas plataformas das corretoras. O índice usado será o mesmo dos contratos futuros da Chicago Mercantile Exchange (CME), a Bolsa de Mercadorias de Chicago. 

O executivo não revelou a taxa do ETF brasileiro, mas disse que serão mais atraentes do que fundos de investimentos comuns (a taxa do ETF de Bitcoin canadense tem taxa estimada em 1%). 

CVM aprova e B3 terá o primeiro ETF de criptomoedas

Carvalho também acredita que o ETF ajudará a popularizar as criptomoedas no país e classifica como “erro” não contar com criptoativos no portfólio de investimentos. A própria QR Capital trabalha com conteúdos educacionais para disponibilizar informações sobre os riscos e a volatilidade das moedas virtuais, para que os interessados possam investir conhecendo os riscos. 

“O ativo acaba atuando como um duplo hedge, por ser uma commodity digital e, ao mesmo tempo, ser negociado em dólar no mercado mundial. Seu preço é pouco correlacionado com outras classes de ativos, o que faz com que cada vez mais esteja sendo adotado por grandes gestores e investidores dentro de carteiras diversificadas”, completou.

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Como trará ao investidor a possibilidade de investir em Bitcoin sem passar por uma plataforma específica de criptomoeda, Carvalho vê o ETF como sinônimo de segurança. 

“Temos um compromisso com a profissionalização do mercado e com a segurança do investidor. Nosso caminho vem sendo percorrido lado a lado com os reguladores. E a custódia segura, que já era um padrão dos fundos da gestora QR Asset, ganha, agora, com o surgimento do ETF, uma camada de proteção adicional da maior bolsa da América Latina”, defendeu Carvalho

A iniciativa da empresa brasileira com a aprovação do ETF, que se junta ao Canadá, pode também ajudar a movimentar o mercado internacional, principalmente o americano, na avaliação da QR Capital. 

O que ocorre é que a International Organization of Securities Commission (IOSCO) tem como filiados, entre outros, além da CVM, a canadense OSC e a americana Securities and Exchange Commission (SEC). 

“Há um caminho aberto, e, agora, com o ETF brasileiro, está ainda mais forte para pleitear a criação de um ETF a partir da chamada Benchmark Regulation, que aumenta o poder de pressão sobre a SEC. Vale lembrar, ainda, que, semanas atrás, Hester Peirce, uma das cinco comissárias da SEC, falou sobre a importância de sua comissão aprovar um ETF nativo para reduzir o crescente volume de americanos negociando em ETFs de Bitcoin internacionais”, avaliou Carvalho.

Mais aprovação

A CVM já havia aprovado para negociação na B3, nesta semana, um ETF baseado em criptoativo, em uma parceria da Hashdex Gestora de Recursos, o Banco Genial S.A.o Banco Itaú e o BTG Pactual.

O “Hash11” terá como base o Nasdaq Crypto Index (NCI) que replica o Hashdex Nasdaq Crypto Index. O índice é rebalanceado a cada três meses e conta com seis criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Stellar, Litecoin, Bitcoin Cash e Chainlink.

Detalhes e informações da iniciativa ainda serão divulgados em um site exclusivo, informou a Hashdex. 

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