Tesla se desfaz de parte de seu US$ 1,5 bilhão de Bitcoins

Venda contraria informação do CEO, Elon Musk, de que os bitcoins integrariam o patrimônio da empresa

Documentos que acompanham o resultado do primeiro trimestre da Tesla, divulgados na segunda-feira, 26, mostram que a empresa vendeu parte dos bitcoins que adquiriu no início deste ano, contrariando o que havia dito o CEO da companhia, Elon Musk, de que os bitcoins não seriam vendidos e integrariam o patrimônio da empresa.

“Ano após ano, os impactos positivos do crescimento do volume, crescimento da receita de crédito regulatório, melhoria da margem bruta impulsionada por mais reduções de custo do produto e venda de Bitcoin (impacto positivo de US$ 101 milhões, na linha ‘Reestruturação e Outros’) foram principalmente compensados por um ASP menor, SBC aumentado, custos adicionais da cadeia de suprimentos, investimentos em P&D e outros itens. Os custos de mudança do Modelo S e do Modelo X impactaram negativamente tanto o lucro bruto quanto as despesas de P&D”, diz o documento, que cita a venda.

De acordo com as informações, a empresa adquiriu US$ 1,5 bilhão em bitcoin e a venda ficaria em torno de US$ 272 milhões. Importante observar que, também no início do ano, a Tesla passou a aceitar pagamentos em bitcoin para vendas feitas em seu site nos Estados Unidos.

Na época, quando a Tesla anunciou que tinha adquirido o alto valor em bitcoin, a criptomoeda disparou e superou a casa dos US$ 44 mil. Valorização mantida até a primeira quinzena de abril, quando, após atingir sua máxima histórica, acima dos US$ 64 mil, o bitcoin entrou em queda, antes de apresentar uma recuperação, flutuando na casa dos US$ 54 mil nesta segunda. 

O CFO da Tesla, Zach Kirkhorn, informou que a empresa continua enxergando o bitcoin com futuro otimista e que a Tesla continuará a acumular a criptomoeda por meio de transações de clientes, com novos anúncios: “Não há muitas oportunidades tradicionais para fazer isso, ou pelo menos que encontramos, particularmente com os rendimentos sendo tão baixos e sem assumir riscos adicionais ou sacrificar a liquidez”.

Elon Musk manteve seus BTCs

O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou pelo seu Twitter que não vendeu nenhum dos seus bitcoins pessoais e que a empresa “vendeu 10% de suas participações essencialmente para provar a liquidez do bitcoin como uma alternativa para manter dinheiro no balanço”.

A postagem foi feita em resposta ao comediante Dave Portnoy, que disse na rede social: “Então, estou entendendo isso corretamente? Elon Musk compra bitcoin. Então ele bombeia. Ele sobe. Então ele se livra disso e faz uma fortuna. Ouça, eu possuo 1 bitcoin, mas bitcoin é exatamente quem pensávamos que fosse. Apenas não seja o último”. 

Investimento em Bitcoin

Embora a Tesla não tenha sido a primeira empresa a apostar em investimento em bitcoin como tesouro de reserva, a iniciativa chamou a atenção pelo volume adquirido em uma única vez.  A estimativa, aliás, é que mesmo com a queda no valor da criptomoeda, o lucro com a compra dos bitcoins tenha superado o de vendas de automóveis da Tesla desde que ela foi criada em 2003. A empresa só teve o primeiro lucro anual de sua história em 2020, faturando US$ 721 milhões. 

A MicroStrategy, empresa de inteligência em negócios, software e serviços baseados em nuvem, é pioneira em investimento em Bitcoin como reserva de tesouro e líder no número de BTCs acumulados, com um total de 91.579 desde que deu início à estratégia, no ano passado. 

A Tesla, com quase 48 mil bitcoins (estimados antes da venda), aparece em segundo, seguida da Square, do ramo de serviços de pagamentos, com oito mil BTCs acumulados.

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