Bolsonaro sobre Guedes: 'às vezes fica chateado, mas só sai no fim'

Declaração foi dada ontem ao filho Eduardo. Veja alguns episódios que deixaram Guedes irritado no governo Bolsonaro

Declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao seu filho ‘zero dois’, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), no sábado (19), diz que o ministro da Economia, Paulo Guedes fica chateado com o andamento de medidas que dependem do Congresso, porém só sairá do cargo quando acabar o mandado presidencial.

A declaração foi dada em uma conversa gravada, quando o deputado questionou o pai sobre uma possível saída do ministro Guedes. Veja declaração na íntegra:

“Não demonstrou para mim (que sairia do governo). Lógico que a gente vê que de vez em quando ele fica irritado, porque certas medidas dependem de votações. Eu sei como funciona o parlamento, ele está aprendendo ainda. Ele quer resolver e fica chateado. Agora, no tocante a sair, falou que vai sair comigo quando acabar meu mandato”, disse Bolsonaro.

Queixas de Paulo Guedes

Nos últimos meses, Paulo Guedes tem se queixado do que afirma ser uma aliança de centro-esquerda no Legislativo para travar o andamento de pautas como a agenda de privatizações. Até hoje, no entanto, o Executivo só enviou ao Congresso uma proposta para privatizar a Eletrobras.

Paulo Guedes sem férias

De acordo com publicação neste sábado (19), em edição extra do Diário Oficial da União, o ministro Paulo Guedes cancelou o período de férias que iria tirar a partir deste fim de semana até 8 de janeiro.

Segundo o Ministério da Economia, não há motivo específico para a interrupção das férias e que ministro decidiu seguir trabalhando pois continuará em Brasília na semana que vem.

O ministro tem dito a interlocutores que decidiu encurtar o período de recesso e que um dos motivos é a aceleração do número de casos de Covid-19.

Polêmica do 13° do Bolsa-Família

Pressões por gastos públicos como o Bolsa Família e Auxílio Emergencial também contribuem para a chateação do ministro Paulo Guedes. Na quinta-feira (17), o presidente Bolsonaro entrou num embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a concessão do 13° salário do Bolsa-Família. Essa foi a mais recente polêmica do governo Bolsonaro.

Ele afirmou que o benefício não seria pago neste ano porque Maia não havia pautado uma medida provisória (MP) para autorizar o repasse. Maia, por sua vez, negou a informação e disse que a orientação para não tratar do benefício havia sido do próprio governo, por falta de recursos. O parlamentar ameaçou pautar na sexta-feira uma MP para liberar o pagamento, em uma forma de desafiar Bolsonaro.

No mesmo dia, Paulo Guedes disse que a concessão do abono configuraria um crime de responsabilidade fiscal, porque o benefício já havia sido pago no ano passado. Um segundo ano de repasses configuraria uma despesa permanente, não prevista no Orçamento.

Reajustes para servidores

O reajuste para servidores públicos também foi outro motivo de crise que abalou o ministro da Economia do país. No início da pandemia, a equipe econômica articulou para incluir no projeto de auxílio a estados e municípios, um artigo que proibisse os aumentos até o fim de 2021. A medida acabou sendo retirada na última hora e o ministro teve que pedir ao presidente que votasse o dispositivo que permitira aumentos salariais.

Depois de 20 dias, o presidente atendeu ao pedido do auxiliar, porém o Senado derrubou o veto presidencial e abriu espaço para conceder aumentos. Na ocasião, o ministro disse que a decisão foi 'um crime contra o país'.

A declaração causou mal-estar entre senadores e o ministro acabou pedindo desculpas. A derrubada do veto foi revertida pela Câmara, que manteve o bloqueio às altas salariais no funcionalismo até o fim do ano que vem.

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