Bolsonaro x Maia: 13º salário do Bolsa Família deve ir à votação
Rodrigo Maia pauta nesta sexta-feira (18) Medida Provisória que prorroga 13° salário do Bolsa-Família. Veja mais sobre o assunto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mentiu ao responsabilizá-lo pelo não pagamento do 13° salário do Bolsa-Família em 2020.
Ele foi acusado durante live semanal do presidente na quinta-feira (17) que transferiu a responsabilidade para o parlamentar em travar a análise da Medida Provisória que tratava do pagamento do 13° salário Bolsa-Família. “Não teve 13º porque o presidente da Câmara deixou a medida provisória caducar. Vai cobrar o presidente da Câmara”, disse Bolsonaro.
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“O presidente Bolsonaro é mentiroso. Foi o governo que me pediu para não votar a MP [do 13º salário do Bolsa-Família]. Mas ele não se preocupe, porque na sexta nós estaremos votando a MP do auxílio emergencial e estaremos criando o 13º do Bolsa-Família. Já que o governo é a favor, vamos votar a criação do 13º do Bolsa Família na MP do auxílio emergencial”, disse Maia ao site Valor Econômico.
Votação será dentro da MP do Auxílio Emergencial
O parlamentar afirmou ainda que a decisão de não pautar a MP 898/2019 atendeu a um pedido do Poder Executivo, mas sinalizou que o pagamento será incluído na Medida Provisória 1000/2020, que trata da prorrogação do pagamento do auxílio emergencial até dezembro.
O deputado alertou que caberá ao presidente Bolsonaro pedir para que o Senado paute a MP 1000 na próxima semana. “Depois da aprovação, mandamos para o Senado e Bolsonaro, que tem boa relação com [Davi] Alcolumbre, combina com ele para votar segunda para poder sancionar na terça e pagar até o final do ano o 13º”, pontuou.
Equipe Econômica – 13° do Bolsa-Família
Para o governo, Maia está “retaliando” o presidente, após sua declaração, ao pautar a MP do 13° salário do Bolsa-Família. Como não há fonte de financiamento definida para o projeto, o governo quer retirar o tema da pauta e diz que não há acordo com partidos para votar na MP.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que, como o relatório não está pronto e precisa estar disponível 24 horas antes. Ele acredita que o item não será votado hoje – mas trabalha junto ao Planalto para que Maia tire da pauta de vez, temendo que a MP seja discutida somente na segunda-feira (21).
Sobre o relatório sobre o 13° salário do Bolsa-Família não estar disponível 24 horas antes da votação, Maia diz que ele é o presidente da Câmara e responsável pela articulação, e que conversa com os partidos que defendem e cobram a pauta.
13° salário Bolsa-Família - O que diz a oposição
Outra pauta que tem tirado o sono da equipe econômica do governo é a do Auxílio Emergencial. Ela tem sido uma cobrança de partidos de oposição que querem ampliar o benefício, hoje de R$ 300. Antes, as parcelas eram de R$ 600 e os partidos de esquerda querem retomar esse valor.
A preocupação da equipe econômica é que a votação da MP, incluindo o 13° do Bolsa-Família abra brecha para uma eventual prorrogação do auxílio em 2021.