Cerveja tem risco de metanol? Veja os cuidados com bebidas alcoólicas
Mais de dez pessoas passaram mal após consumir bebida alcoólica adulterada em São Paulo

Após uma série de casos confirmados de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas em São Paulo, uma dúvida surgiu: cerveja também tem risco de ser adulterada? Confira os riscos e como identificar bebidas alcoólicas falsificada.
Tem risco de contaminação de metanol em cerveja?
Os casos de adulteração com metanol, em São Paulo, são de bebidas alcoólicas destiladas, mas o consumidor deve ficar atento, pois cervejas também podem ser adulteradas. Criminosos podem conseguir falsificar embalagens e vender bebidas de baixa qualidade como se fossem de marcas famosas. Por isso, é importante consumir ou comprar em locais com boa reputação.
O Ministério da Saúde informa que pode levar 12 horas para que os sintomas de envenenamento por metanol apareçam. Esses sintomas incluem vômitos, convulsões, tonturas e alterações na visão.
O que é metanol?

O metanol é um álcool, como o conhecido etanol que consumimos em bebidas alcoólicas. Assim como o etanol, o metanol é um líquido incolor e inflamável. Seu cheiro também é semelhante ao do etanol.
Mas os dois têm estruturas químicas diferentes. O metanol é composto por apenas um átomo de carbono, enquanto o etanol tem dois.
Esse átomo de carbono faz toda a diferença. Isso significa que o metanol é processado de forma diferente em nossos corpos e é muito mais tóxico que o etanol.
O metanol é usado em uma variedade de produtos industriais e domésticos, como limpadores de para-brisas, anticongelantes e combustíveis. Não é seguro para consumo humano.
O que torna o metanol tóxico?
A diferença está em como o metanol é metabolizado ou decomposto em nossos corpos. O etanol é metabolizado em um composto químico chamado acetaldeído. O acetaldeído é tóxico, mas é rapidamente convertido em acetato (também conhecido como ácido acético, encontrado no vinagre). Gerar um ácido pode parecer ruim, mas o acetato, na verdade, produz energia e forma moléculas importantes no corpo.
Em contraste, o metanol é metabolizado em formaldeído (um produto químico usado em colas industriais e para embalsamar cadáveres) e depois em ácido fórmico (o produto químico presente em algumas picadas de formiga que as faz doer tanto).
Ao contrário do acetato, que o corpo usa, o ácido fórmico envenena as mitocôndrias, as usinas de energia das células.
Como resultado, uma pessoa exposta ao metanol pode entrar em acidose metabólica grave, que é quando muito ácido se acumula no corpo.
A intoxicação por metanol pode causar náuseas, vômitos e dor abdominal. A acidose causa depressão do sistema nervoso central, o que pode levar pessoas com intoxicação por metanol à inconsciência e ao coma, além de danos à retina, levando à perda de visão. Isso ocorre porque as retinas estão repletas de mitocôndrias ativas e são sensíveis a danos.
A morte não é inevitável se apenas uma pequena quantidade de metanol for consumida e o tratamento rápido reduzirá muito os danos. Mas danos permanentes à visão podem ocorrer mesmo em doses não letais se o tratamento não for administrado rapidamente.