Saúde

Queda de cabelo: saiba porque seus fios estão caindo e como resolver

A queda de cabelo é muito comum, mas alguns fatores como o estresse e a falta de vitaminas podem propiciar essa situação

Em meio ao isolamento social, a queda de cabelo pode ser ainda mais frequente. No entanto, não precisa se alarmar. Estima-se que todos os dias as pessoas perdem de 50 a 120 fios de cabelo - o que é absolutamente normal, se observar o nascimento de novos fios. Agora, se perceber falhas é necessário buscar um dermatologista. Por ser algo fisiológico, e por acontecer com todas as pessoas, a queda de cabelo gera inúmeras dúvidas. Por que isso acontece? A alimentação interfere? O jornal DCI consultou especialistas para esclarecer algumas questões.

O que causa a queda de cabelo?

O cabelo apresenta um ciclo de três fases, chamadas de anágena, catágena e telógena. A anágena é a etapa do crescimento ativo do cabelo, a catágena é o período de regressão, ou seja, o cabelo começa a morrer. E a fase telógena, acontece quando o fio se prepara para cair e outro já iniciou seu processo de produção, a partir da papila dérmica. Logo, a queda só é normal quando o fio que está caindo é substituído por outro que está nascendo.

Tanto a falta quanto o excesso de vitaminas pode levar à queda de cabelos. Geralmente, a falta de magnésio, ferro e vitamina B predispõe a perda dos fios. O excesso também pode provocar a queda de cabelo. Como o exagero de cobre no organismo, por exemplo, pode provocar a anemia hemolítica. Cabe ao médico dermatologista, analisar o couro cabeludo e realizar um exame de tração, com o intuito de quantificar essa queda e perceber se é normal ou disfuncional.

Quais as principais causas?

Existem varias causas que propiciam a queda de cabelo (foto: reprodução/pinterest)

O uso frequente de produtos químicos e utensílios para modelar as madeixas, como chapinha e babyliss pode ser perigoso, porque causam a quebra do cabelo, originando uma preocupação extra. Além disso, em épocas frias como inverno e outono, o cabelo cai com uma maior frequência porque a raiz é menos irrigada por nutrientes e sangue. Em épocas mais quente como o verão, essa queda é minimizada.

Normalmente, quando os hormônios estão em desequilíbrio no organismo, como na puberdade, início da fase adulta e nas mulheres em fase da menopausa, há maior quantidade de queda. Outras causas que levam a perdas de cabelos são estresse, fatores psicológicos, drogas, medicamentos, carências orgânicas, dietas restritivas  e excesso de química representam os grandes vilões.

Queda de cabelo x quarentena

Sim! Queda de cabelo é a reclamação da quarentena! Isso porque, a tendência é que em um isolamento social, as pessoas passem a observar mais as coisas - e os fios espalhados pela casa, pode ser uma delas. Contudo, é normal que os cabelos caiam, no entanto manter as madeixas sempre presas em coques ou rabos de cavalo ou permanecer por dias sem lavar o cabelo, pode acentuar essa queda. A tensão dos fios presos acaba estimulando a diminuição, o que resulta em cabelo se acumulando no ralo do banheiro.

E não há nada mais assustador do que perceber um ralo tampado com fios do próprio cabelo. Mas é importante saber a quantidade de cabelos que se perde. Em caso de exagero, recomenda-se a busca por um tratamento adequado.

De acordo com os especialistas, o estresse e a ansiedade aumentam a liberação de cortisol, hormônio que regula o ciclo capilar. Quanto maior a concentração desse hormônio na corrente sanguínea, maior será a quantidade de fios que cairão. Entretanto, a queda oriunda do estado emocional é passageira. O folículo não morre. Uma vez que o estresse seja controlado ou o organismo se regule, o ciclo capilar é retomado.

O problema pode ficar  maior se já existir alguma doença capilar ou áreas de falha no couro cabeludo.  Uma dica é reduzir a carga de cobranças diárias que geram muito estresse e desenvolver mais atividades de lazer.

Como diagnosticar a queda de cabelo?

É preciso diferenciar quando a queda de cabelo é normal e quando é o início do processo de calvície. A maioria das pessoas não sabe distinguir queda de cabelos e alopécia - que é a perda patológica dos cabelos. Alguns problemas podem causar danos irreversíveis ao couro cabeludo, então, dessa forma, o sinal de alerta não deve ser o número de cabelos que caem, mas sim, a densidade de cabelo que vemos no couro cabeludo. A dica é sempre verificar se eles têm diminuído e olhar áreas mais vazias na cabeça. Se precisar, use fotos antigas e atuais e faça a comparação.

Mas você sabe a diferença entre quebra e queda? A quebra ocorre quando o fio rompe em alguma altura, já a queda é quando o cabelo cai inteiro, com presença do bulbo capilar- aquele ponto branco na ponta do fio. Então, outra dica é saber o que está acontecendo com o seu cabelo. Embora a quebra não deixe de ser um problema, um cronograma capilar (hidratação, reconstrução e nutrição), podem ser de grande ajuda, o que já é muito mais fácil de resolver.

Veja algumas dicas: 

 

Queda x imunidade

A queda de cabelo está ligada a imunidade baixa. Porém são apenas indícios que levam a descoberta da falta de vitaminas no corpo ou até de outras doenças. Com uma boa imunidade, os cabelos se revelam brilhantes e fortes. Mas, se as defesas estão em baixa, a queda capilar é inevitável, porque as unhas,  pele e os cabelos funcionam como barreiras de proteção. Por isso, o organismo precisa estar nutrido em nível celular. A alimentação deve ser balanceada, rica em vitaminas e minerais, para evitar a baixa imunidade.

Como tratar a queda de cabelo?

Os especialistas afirmam que existem vários procedimentos modernos, para estimular, nutrir e reativar o nascimento dos fios quando ainda existe papila dérmica. Medicamentos de uso oral, tópico e até injetáveis para controle dessa queda também são possibilidades. Para o tratamento, existem princípios ativos como cisteína,  piridoxina, D-Pantenol, vitaminas, aminoácidos, fitoterápicos e inibidores de andrógenos.

De acordo com a dermatologista Joana Diniz, uma tecnologia de grande ajuda é  o microagulhamento automatizado capilar. Esse procedimento é capaz de levar nutrientes responsáveis pelo crescimento, para o folículo capilar. “Este tipo de microagulhamento é indicado para alopecias em vários graus, eflúvios, cabelos quebradiços, elásticos, ressecados, danificados por químicas, entre outras patologias capilares. Os benefícios são significativos”, explica. Mas a médica adverte, o tratamento adequado deve ser definido através de consultas e realização de exames com médicos especialistas.

Vitaminas para a queda de cabelo

As vitaminas são grande aliadas para evitar a queda de cabelo, pois aumentam a saúde dos fios. Em lojas de cosméticos ou farmácias é muito fácil encontrar opções. As principais fortalecedoras são: a vitamina A, que é uma ótima opção para queda de cabelo, já que age sobre a produção de queratina e colágeno. Além, é claro, da vitamina C, biotina, complexo B, ácido fólico, ambas ajudam na saúde do couro cabeludo e com o crescimento dos fios.

Prevenção

É possível prevenir a queda de cabelo com uma alimentação rica em ferro e em vitaminas, mas, cuidados com o couro cabeludo também são indispensáveis. Evite o excesso de tração diária nos cabelos com megahair ou penteados. Sempre que possível, faça check up sanguíneo regular para manutenção do número saudável de fios, além do diagnóstico precoce de doenças causadoras da queda.

É recomendado diminuir o uso de químicas, como relaxamentos, escovas químicas, e alisamentos,  que podem desenvolver algum processo alérgico, por contato ou por queimadura no couro cabeludo.

Quando procurar um médico?

Não negligencie a queda. Ao primeiro sinal de perda excessiva de cabelo, busque um dermatologista. A queda de cabelo e a calvície necessitam de exames clínicos e laboratoriais, a fim de descobrir a causa. Para todos os casos citados, se observar que a queda é acentuada ou houver rarefação dos fios e perda de tufos de cabelo, busque um médico tricologista para realizar uma avaliação. O médico especialista possui aparelhos que auxiliam no exame dos fios e couro cabeludo.

Fonte: Joana Darc Diniz é dermatologista e Diretora Científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética–RJ e Diretora da Sociedade Brasileira do Cabelo–RJ.

Última modificação em 29/07/2022 10:57

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