Energia

Prepare-se para o aumento da conta de luz em dezembro

Aneel anunciou bandeira vermelha - patamar 2 em dezembro, que representa um adicional tarifário de R$ 6,24443 a cada 100kWh consumido no mês

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A Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, decidiu reativar o sistema de acionamento das bandeiras tarifárias a partir do dia 1º de dezembro. O impacto sobre o orçamento das famílias será alto. A bandeira que vai vigorar é a mais cara, isto é, vermelha patamar 2, que representa um adicional tarifário de R$6,243 a cada 100 kWh consumido por mês.

 

Aneel antecipa retorno das bandeiras tarifárias. Atente-se para o aumento da sua conta de luz já em dezembro

O que são as bandeiras tarifárias?

Desde o ano de 2015, as contas de energia passaram a trazer uma novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias. Dessa forma, tem-se as seguintes modalidades: verde, amarela e vermelha –   as mesmas cores dos semáforos –  e indicam se haverá ou não acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade.

Cada modalidade apresenta as seguintes características:

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
  • Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01343 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
  • Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04169 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
  • Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,06243 para cada quilowatt-hora kWh consumido.

Como as bandeiras tarifárias impactam sua conta de luz?

Desde maio deste ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a agência havia decidido manter a bandeira verde acionada até 31 de dezembro, mas a queda no nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e a retomada do consumo de energia obrigaram a agência a reativar o seu sistema de bandeiras.

Dessa forma, uma conta de luz de uma residência com consumo de 100kWh atendido pela CEMIG em Minas Gerais apresentava um custo de cerca de R$ 91,98 na bandeira verde passa para R$ 101,27, incluindo os impostos presentes na tarifa. Ou seja, um aumento de 10,1%, que pesa no orçamento já apertado das famílias brasileiras.

O acionamento da bandeira vermelha nas contas de luz em dezembro vai ter impacto de 0,40 ponto percentual no IPCA deste mês. Dessa forma, o índice oficial de inflação deve chegar a 4,13% em 2020, ligeiramente superior a meta de 4%. Vale destacar que a meta de inflação tem tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

 

Conta de luz é um dos componentes importantes da cesta de produtos e serviços que compõem o índice de inflação oficial ipca

Qual o motivo para esse aumento da conta de luz agora?

A decisão de voltar a acionar o mecanismo é consequência da piora do nível dos reservatórios e do aumento do preço da energia elétrica.

Primeiramente, na semana passada, o ONS, Operador Nacional do Sistema, apontou que a carga de energia do Brasil deverá aumentar 4,4% em dezembro e projetou chuvas nas regiões das hidrelétricas abaixo da média histórica para o mês.

Esse desequilíbrio já está presente no preço. Mais precisamente, o Preço de Liquidação das Diferenças, alcançou o teto em todos os submercado. De fato, as condições de armazenamento das usinas hidrelétricas são especialmente severas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul do país, mesmo com despacho térmico a plena carga e a importação de energia da Argentina e do Uruguai.

Nesse sentido, nas ultimas semanas, o ONS vem despachando um número maior de usinas termelétricas, incluindo as mais caras. Dessa forma, o Custo Marginal de Operação atingiu a casa de R$ 744/ MWh, o maior patamar do ano.

 

O que você pode fazer para se proteger desses aumentos?

O primeiro passo é buscar evitar o desperdício de água e energia. Para aqueles que já adotaram as práticas de consumo consciente e buscam outras opções, surge agora a opção de gerar sua própria energia elétrica. Mais de 425 mil consumidores brasileiros já adotaram a energia solar distribuída. Essa decisão está ainda mais fácil devido a oferta de energia solar por assinatura, que permite adesão a fazendas solares que geram créditos e reduzem sua conta de luz. Tudo isso, sem a necessidade de investimentos diretos na compra e instalação de placas fotovoltaicas em seu telhado.

Enfim, todos somos consumidores de energia elétrica no conforto de nossos lares e no ambiente de trabalho. Todos seremos impactados pelos aumentos de tarifa da conta de luz. Precisamos estar atentos para os temas de consumo sustentável e formas interessantes de gerar nossa própria energia elétrica.

Última modificação em 28/07/2022 12:43

Dirceu Azevedo

Empreendedor de impacto e especialista em novos modelos de negócios que unem alto potencial de crescimento, inovação tecnológica e impacto positivo no meio ambiente.

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