É o fim da rede? Lojas Americanas dão início a demissões e cortam 50 funcionários

Demissões afetaram trabalhadores terceirizados da empresa; Ministro do Trabalho afirma que há suspeita de fraude na Americanas

Nesta última terça-feira, dia 31 de janeiro, as Lojas Americanas deram início às demissões de funcionários terceirizados. A medida acontece dias após a empresa entrar em recuperação judicial, conforme informado em 19 de janeiro, e ser notificada pelo Ministério Público para prestar esclarecimentos sobre o rombo financeiro de R$ 20 bilhões em seus registros financeiros.

Pouco tempo depois, no dia 21 de janeiro, a Americanas emitiu um comunicado direcionado para os consumidores, negando que vão falir e dizendo que seguirão operando de forma normal. Porém, no dia 25 de janeiro, foi divulgada a lista de credores das Americanas, revelando uma dívida de R$ 41,2 bilhões. Na lista, constam 7.967 nomes, abarcando desde empresas multinacionais, micro empresas e até créditos trabalhistas – um caso que chamou atenção, por exemplo, foi o de Matheus Carlos Silva de Oliveira, que tem R$ 1 de créditos trabalhistas para receber das Americanas.

Quantas demissões as Lojas Americanas já fez?

Segundo o jornal Folha de São Paulo, os primeiros cortes começaram na sede da Americanas, no Rio de Janeiro – a mesma que foi fundada pelos pioneiros da empresa, em 1927, após migrarem dos Estados Unidos (EUA). Ao todo, 50 contratos com prestadores de serviço das áreas de tecnologia da informação foram encerrados, em cidades além do Rio, como São Paulo e Porto Alegre. O número foi informado à imprensa pelo presidente da União Geral dos Trabalhadores e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah.

De acordo com sindicatos do Rio e de São Paulo, ainda não foram registrados relatos de funcionários demitidos pela empresa. Até o momento, o que se sabe é que os salários referentes ao mês de janeiro são pagos em dia.

Ainda segundo a Folha, neste primeiro momento, os cortes devem afetar principalmente funcionários indiretos, ou seja, os terceirizados – mas os funcionários contratados formalmente, por meio de CLT, também devem ser impactados. A Americanas se pronunciou por meio de uma nota oficial junto à imprensa: “A Americanas informa que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. A companhia apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados.”

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Ministro do Trabalho afirma que existe suspeita de fraude

Em reunião com representantes de sindicatos comerciários e centrais sindicais, realizada na segunda-feira, dia 30 de janeiro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT – SP) informou que gostaria de ouvir as estratégias dos trabalhadores. “Podemos estar à disposição para dialogar junto com a empresa. É preciso muita sensibilidade. [...] O problema dos bancos não pode ser maior do que os problemas relacionados ao tema trabalho e emprego”, declarou na ocasião.

Para Marinho, será fundamental garantir a continuidade da atividade econômica da Americanas, independentemente de quem seja o seu controlador. Já na terça-feira, 31, o ministro afirmou que "é possível" que os controladores das Americanas "se locupletaram" da fraude bilionária. O verbo “locupletarar” significa o mesmo que ficar rico, enriquecer.

“Vamos providenciar uma mesa redonda das Americanas com representantes dos trabalhadores. Se houve fraude, vamos acionar os responsáveis para garantir os direitos trabalhistas dos funcionários. Não vi ninguém preocupado com os trabalhadores no caso das Americanas, só com sistema financeiro. [...] Não posso afirmar que houve fraude, mas que tem que cheiro, tem cheiro”, disse Marinho.

Quem é o maior credor da Americanas?

Na lista divulgada, é possível identificar que o maior credor da Americanas é o Deutsche Bank: ao todo, são R$ 5,22 bilhões a receber. Procurando por jornalistas, o banco alemão informou que atua como agente fiduciário de dois títulos de dívida no valor de US$ 500 milhões cada um, emitidos pela Americanas no exterior.

Segundo pronunciamento da instituição, “o Deutsche Bank não foi afetado, pois não tem empréstimo nem qualquer exposição de crédito junto à empresa”.

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