Aumento da inflação no Brasil é o maior em 21 anos, e tem sido causado, em maior parte, pelo preço do combustível
A inflação no Brasil continua com o maior crescimento, de um mês para o outro, desde 2000. Em agosto deste ano, a variação foi de 0,87%, na comparação com julho. Já a relação entre julho e junho de 2021 foi de 0,96%. Ou seja, por dois meses consecutivos, esse índice tem sido os maiores neste século.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indica que esse é o panorama atual da economia brasileira. Contudo, como isso reflete no dia a dia?
A inflação é o aumento dos preços de produtos e serviços. Esse fator influencia no poder de compra da moeda, ou seja, no quando ela vale em um determinado local. No Brasil, ela é medida pelo IPCA, que pesquisa o custo de uma série de itens.
Na prática, essa mudança entre os meses faz com que os consumidores tenham de mudar o planejamento financeiro de suas casas, já que produtos ficam mais caros.
Em especial, itens como os combustíveis e diversos alimentos têm sido os principais vilões desse aumento, nos dias de hoje. Ou seja, mercadorias de consumo básico, que ditam o que a população vai colocar às mesas, por exemplo, têm estado no topo da lista de aumento.
Outro fator a ser considerado é o da inflação acumulada. Isto é, o quanto os preços realmente têm sido superiores ao que seriam cobrados originalmente, somados mês a mês. Atualmente, o cálculo é de 5,67%, o maior desde 2015. Portanto, tudo que se é consumido no Brasil deveria estar com em um valor menor.
Veja a taxa selic em 2023
Vários fatores influenciam no aumento da inflação no Brasil. No caso de vários alimentos, a seca enfrentada pelo País é o principal motivo. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o País vive o pior cenário de escassez hídrica há 91 anos. Isto é, os rios estão em níveis mais baixos por falta de chuvas e excesso de temperatura nos lugares.
Nesse sentido, as plantações e o pasto utilizado para animais têm apresentado mais problemas, que geram dificuldade para os produtores e perda de lucro. Para compensar isso, o preço sobe e o consumidor sente no bolso.
Além disso, a moeda brasileira, o real, tem estado mais desvalorizada, em relação as de outros países, como o dólar. Por isso, quem produz prioriza exportar mercadorias para o exterior do que vender para o mercado interno. Logo, com menos oferta, os produtos também tendem a crescer.
A Petrobras, estatal brasileira responsável pela venda do combustível, baseia seus preços nos valores internacionais, em dólar. Desse modo, a moeda estadunidense influencia diretamente na inflação, em relação a esse item.
"O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final", disse o analista da pesquisa de preços do IBGE, André Filipe Guedes Almeida, por meio de nota oficial.
O analista diz que os transportes têm sido o principal inimigo da população, com maior impacto no índice de inflação. Esse setor responde por 20,87% da taxa, enquanto o outro, 20,83%. "Em oito meses, o preço da gasolina sofreu alta em sete deles. Somente em abril houve queda no preço dela, de 0,44%", destaca.
Desde maio do ano passado, o maior peso era o da alimentação. Até então, o fator alimentício respondia por 19,97% do IPCA, para 19,85% do transporte.
Alguns produtos específicos estão com maior inflação no Brasil. O pepino está no topo da lista, já que está aproximadamente 78% mais caro que o habitual. Já o etanol está com quase 40% a mais de preço, por exemplo, enquanto a gasolina tem cerca de 31% de inflação. Com informações do IBGE, veja abaixo os 50 produtos que mais estão inflacionados no Brasil:
O IPCA é o principal índice que mede a inflação no Brasil. Assim, são pesquisados nove grupos de consumo, em 11 municípios específicos, por meio de pesquisas feitas on-line e por telefone.
Por isso, todas as cidades analisadas registraram encarecimento de bens e serviços. Em especial, Brasília, que teve aumento de 1,4%. A capital brasileira tem tido a gasolina e energia elétrica como principais grupos mais inflacionados.
No entanto, Belo Horizonte registrou menor aumento, de 0,43%, já que as passagens aéreas e a taxa de água e esgoto ficaram mais baratas.
Última modificação em 24/03/2023 21:13
Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso.