Bahia reintegra Índio Ramirez após perícia descartar racismo a Gerson

Volante do Flamengo acusou colombiano de injúria racial durante partida entre Bahia e Flamengo, no domingo (20), pela 26ª rodada do Brasileiro; após reintegrar o atleta, Tricolor de Aço prometeu implementar medidas contra o racismo.

O Bahia decidiu reintegrar o meia Índio Ramirez ao elenco, nesta quinta (24), após o colombiano ser acusado de injúria racial a Gerson, volante do Flamengo. O caso teria ocorrido no confronto entre o clube baiano e o carioca, no último domingo (20), em jogo da 26ª rodada do Brasileirão.

Em nota oficial, o Tricolor argumenta que os laudos das perícias em língua estrangeira contratadas para investigar o caso não comprovaram as acusações. "O clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Índio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes", afirma o comunicado, mencionando que o papel da agremiação "é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa" e que o colombiano "deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado".

Embora tenha reintegrado Índio Ramírez, a direção do Bahia garantiu que vai implementar um conjunto de medidas estruturais, entre elas uma inclusão de cláusula antirracista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.

Entenda o caso de racismo de Índio Ramirez a Gerson

A derrota para o Rubro-negro por 4 a 3, na noite de domingo (20), abalou a situação do Bahia. O revés para o Flamengo, foi o quinto seguido no Brasileirão, e culminou na demissão então do treinador Mano Menezes. Atualmente, a equipe está com a mesma pontuação que o Vasco – primeiro time no Z-4 – com 28 pontos. No entanto, os baianos ficam fora da zona por terem uma vitória a mais que o Cruzmaltino.

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O volante Gerson acusou  Índio Ramirez, de injúria racial. De acordo com o atleta do Flamengo, logo depois do Tricolor marcar o segundo gol, o colombiano disse: “Cala a boca, negro”. O camisa 8 carioca relatou o ato racista, logo depois do final da partida. Em entrevista ao Premiere, Gerson disse:

“O Ramírez, quando a gente tomou o segundo gol, não me lembro, reclamou do Bruno [Henrique]. E ele falou bem assim para mim: ‘Cala a boca, negro’. Isso eu nunca sofri, em toda a minha carreira profissional, e não aceito. Não aceito. E o Mano, o Mano precisa respeitar”.

Em relação a Mano Menezes – demitido do Bahia logo depois do jogo – o meia do Flamengo cobrou respeito. Isso porque, durante o bate-boca, Gerson se dirigiu ao ex-técnico do Tricolor e avisou que Ramirez havia lhe chamado de negro. Mano retrucou e respondeu: “Ah, agora virou malandragem?”. Em seguida, Menezes se dirigiu ao quarto árbitro e defendeu Ramirez: “Aquele menino não ia fazer isso com o Gerson, eu conheço o jogador. Chegou agora, é um guri”, disse.

 

 

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