Ibovespa sobe 1,24% embalado pelo cenário doméstico

Indicadores econômicos melhores se somaram à fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre ajustes no texto do orçamento e ajudaram bolsa paulista a encerrar com ganho

O cenário doméstico praticamente dominou o mercado nesta terça-feira, 30, tanto com o noticiário econômico quanto o político. Na área econômica, foram três os sinais positivos, com a divulgação de indicadores que trouxeram, senão alívio, ao menos um pouco mais de otimismo. Pela manhã, a divulgação do Índice Geral de Preços Médio (IGP-M), usado no reajuste dos alugueis, subiu 2,94%. Ainda que tenha sido a maior alta para um mês de março desde 1994 e em 12 meses o indicador acumule alta de 31,10%, a taxa ficou abaixo do que o mercado esperava, gerando um certo alívio.

O segundo indicador positivo foi o  Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou a criação de 401.639 empregos com carteira assinada em fevereiro no Brasil. O número, bem acima das 247 mil novas vagas esperadas pelo mercado, surpreendeu positivamente. Mesmo com o alto número de desempregados no país hoje. À tarde, o resultado primário do Governo Central, que registrou um déficit de R$ 21,2 bilhões em fevereiro, também veio menos ruim do que se esperava, de R$ 24 bilhões de déficit.

No campo político, a reforma ministerial-relâmpago promovida pelo presidente Jair Bolsonaro teve uma leitura positiva do mercado, que enxergou na medida a inclusão de nomes mais alinhados agora com o centrão, o que geraria uma trégua entre o governo e o Congresso, ajudando no andamento das reformas.

A fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, à tarte, durante coletiva de imprensa, em que sinalizou a possibilidade de ajustes serem feitos ao texto do Orçamento de 2021, aprovado na semana passado sob polêmicas em relação à distribuição dos gastos,  foi o que faltava para empurrar a bolsa para o ganho.  O Ibovespa fechou o dia com alta forte, de 1,24%, recuperação dos 116 mil pontos (116.849) e giro financeiro de R$ 28,2 bilhões.

Na contramão da bolsa brasileira, Dow Jones fechou em queda de 0,31%, S&P em baixa de 0,32% e Nasdaq com recuo de 0,11%.

Ibovespa hoje, 30 de março de 2021

Sem grandes dados econômicos lá fora, a bolsa paulista se descolou do mercado externo. Passou ao largo da piora dos dados da pandemia e pouco ligou para o aumento dos juros dos títulos da dívida norte-americana de 10 anos que dispararam durante o dia para cederem ao final do dia. Também não se mexeu com a queda de 1,6% no preço do petróleo após o navio de contêineres Ever Given, preso no Canal de Suez, começar a flutuar, liberando a passagem para o comércio internacional e reduzindo o preço do barril da commodity.

As bolsas da Europa fecharam em alta após uma onda de otimismo de empresas e consumidores da Zona do Euro com o mercado pós-quarentena. Dados sobre confiança de mercado atingiram 101 pontos em março, superior à projeção de 96 pontos. Além disso, Reino Unido e Espanha começam a testar novas possibilidades de retorno às atividades, ainda que de forma gradativa.

O dólar fechou praticamente estável, com queda de 0,08%, valendo R$ 5,7619.

(Colaboração: Roseli Lopes)

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