Lula e Bolsonaro disputam 2º turno nas eleições 2022

O segundo turno das eleições 2022 será em 30 de outubro

Lula e Bolsonaro 2º turno das eleições 2022.  A disputa pela Presidência da República será definida em segundo turno entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Os eleitores devem comparecer às urnas novamente no dia 30 de outubro, último domingo deste mês.

O segundo turno para presidente e nos estados onde a disputa pelo governo também foi para o segundo turno, será realizado no dia 30 de outubro, seguindo o horário de Brasília, das 8h às 17h.

Nestas eleições, o horário será unificado em todo País tendo como referência a capital federal, Brasília. Segundo o g1, por conta desta resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Fernando de Noronha por exemplo, que tem fuso horário de 1h a mais que Brasília, a votação será das 9h às 18h no horário local.

Nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, parte do Pará, Rondônia e Roraima, o início do processo eleitoral será 1h mais cedo, com início às 7h e término às 16h no horário local. No caso do Acre, o horário da votação é ainda mais cedo, das 6h às 15h.

Lula e Bolsonaro 2º turno: No Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabelece a possibilidade de segundo turno tanto para presidente, quanto para governador, e também prefeitos de cidades que tenham mais de 200 mil habitantes.

No caso da disputa à presidência da República e governo estadual, a Constituição prevê segundo turno quando nenhum dos candidatos alcance 50% mais um dos votos válidos. Lembrando que não são contabilizados os votos em branco e os nulos.

Ainda conforme a Constituição, quando o percentual não é alcançado por nenhum candidato na disputa aos governos Federal e Estadual, os dois mais votados vão para o segundo turno.

Este ano, o segundo turno será realizado no último domingo do mês, dia 30 de outubro, simultaneamente em todo País. O horário seguirá o de Brasília, das 8h às 17h, e nas regiões em que o fuso for diferente, ou o pleito se inicia 7h e encerra 16h, ou no caso do Acre, inicia 6h e termina 15h e Fernando de Noronha 9h e termina 18h.

Propostas do Lula 

As propostas de governo do candidato à presidência da República foram construídas, segundo o PT, a partir de subsídios e contribuições de todos os partidos que compõem a frente “Vamos juntos pelo Brasil”.

O partido também abriu uma plataforma para receber dos eleitores propostas a serem incorporadas ao plano de governo de Lula. Ainda de acordo com o PT, mais de 8,5 mil sugestões foram enviadas de todas as regiões do País.

O programa do Governo Lula tem 121 diretrizes apresentadas aos eleitores ao longo da campanha. Abaixo, o DCI resume as principais propostas de Lula para o próximo governo.

Dentro do desenvolvimento social e garantia de direitos, Lula defende:

  • Inserir o povo no orçamento e criar condições para o processo de crescente materialidade e acesso a direitos associados às políticas inclusivas previstas pela Constituição Federal de 1988;
  • Propõe uma nova legislação trabalhista de extensa proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho, com especial atenção aos autônomos, trabalhadores domésticos, aqueles que desenvolvem teletrabalho ou home office, e revogar o que é considerado marco regressivo da atual lei trabalhista;
  • Incentivar o debate e as iniciativas de reestruturação sindical, e garantir direitos trabalhistas;
  • Criar oportunidades de trabalho e de emprego, retomar investimentos em infraestrutura e em habitação; trabalhar pela reforma agrária e o estímulo à economia solidária, à economia criativa e à economia verde inclusiva;

Dentro do tema de apoio ao cooperativismo, ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas, Lula propõe:

  • Retomar a política de valorização do salário mínimo para recuperar o poder de compra dos trabalhadores;
  • Promover a reconstrução da seguridade e da previdência social, e buscar um modelo previdenciário que concilie aumento da cobertura com financiamento sustentável;
  • Retomar o enfrentamento da fome e da pobreza, assim como a garantia dos direitos à segurança alimentar e nutricional e à assistência social;
  • Reconstruir o fortalecimento do SUAS (Sistema Único de Assistência Social);
  • Ampliar o Bolsa Família com urgência para garantir renda às atuais necessidades da população;
  • Investir em educação de qualidade do ensino básico à pós-graduação;
  • Dar condições ao SUS para retomar o atendimento às demandas que foram represadas durante a pandemia e retomar o programa nacional de vacinação;
  • Aprimorar a formação de profissionais de saúde no SUS, retomar políticas como os programas Mais Médicos e Farmácia Popular;
  • Fortalecer as instituições culturais e recompor financiamento e investimento;
  • Implantar o Sistema Nacional de Cultura e a adoção da política de descentralização de recursos para Estados e o maior número possível de municípios;
  • Garantir o direito ao esporte e ao lazer, e incentivar o protagonismo dos atletas;
  • Retomar às políticas de garantia do direito à cidade, combater desigualdades territoriais em direção a uma ampla reforma urbana;
  • Ter um amplo programa de acesso à moradia;
  • Garantir a segurança pública por meio da implementação de políticas públicas pautadas na valorização da vida e da integridade física; Implementar e aprimorar o Sistema Único de Segurança Pública, além de melhorar a qualificação técnica dos policiais;
  • Criar uma nova política sobre drogas, focada na redução de riscos, na prevenção, tratamento e assistência ao usuário;
  • Assegurar a proteção integral da dignidade humana das mulheres, assim como desenvolver políticas públicas de prevenção contra a violência;
  • Implementar conjunto de políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural;
  • Assegurar a continuidade das políticas de cotas sociais e raciais na educação superior e nos concursos públicos.
  • Proteger os direitos e o território dos povos indígenas, quilombolas e das populações tradicionais;
  • Garantir direitos às pessoas com deficiência e assegurar acesso à saúde, educação, cultural, esporte e à inserção ao mercado de trabalho;
  • Construir políticas públicas de promoção à proteção e defesa dos direitos das crianças, adolescentes e idosos.

Na linha de desenvolvimento econômico e sustentabilidade socioambiental e climática, o presidente eleito propõe:

  • Retomar o crescimento dos empregos e da renda, e adotar uma estratégia nacional de desenvolvimento justo;
  • Combater o uso predatório dos recursos naturais e estimular atividades econômicas que tenham menor impacto ecológico;
  • Revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, além de recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento;
  • Construir um novo regime fiscal;
  • Realizar a reforma tributária solidária, de forma que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais;
  • Combater a inflação;
  • Estabelecer uma política nacional de abastecimento, ampliando as políticas de financiamento e de apoio à produção de alimentos, aos pequenos agricultores e à agricultura orgânica;
  • Criar uma transição para uma nova política de preços dos combustíveis e do gás;
  • Reduzir a volatilidade da moeda brasileira por meio da política cambial.
  • Promover a renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas por meio dos bancos públicos;
  •  Fortalecer e modernizar a estrutura produtiva por meio da reindustrialização;
  • Fortalecer a produção agrícola, nas frentes da agricultura familiar, agricultura tradicional e
    do agronegócio sustentável.
  •  Garantir a modernização e a ampliação da infraestrutura de logística de transporte, social e urbana;
  •  Garantir a soberania e a segurança energética do país, com ampliação da oferta de energia;
  • Proteger o patrimônio do país e recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais;
  • Adotar uma estratégia econômica que contemple junto do fomento à ciência, à tecnologia e à inovação, os elementos da Economia Criativa e da economia da cultura e que acelere a transição digital.

Propostas Bolsonaro

Já o plano de governo do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), contém 48 páginas com as diretrizes propostas para o próximo mandato, se for eleito no segundo turno.

Em 2022, Bolsonaro manteve as pautas conservadoras e reforçou temas recorrentes do primeiro mandato, por exemplo: “família, Deus, pátria, liberdade e vida”. Abaixo o DCI reuniu as principais propostas do plano de governo de Jair Bolsonaro.

Dentro do eixo: Economia, emprego e renda, Bolsonaro propõe:

  • Manter o Auxílio Brasil em R$ 600,00;
  • Dar incentivo ao empreendedorismo, e oferecer microcrédito para os mais vulneráveis;
  • Trabalhar para estimular a empregabilidade de mulheres e jovens, assim como modernizar o sistema nacional de empregos para otimizar a oferta de vagas em todo País;
  • Ampliar a isenção do imposto de renda para quem recebe até cinco salários-mínimos;
  • Desestatizar as empresas controladas pelo Governo Federal;
  • Criar oportunidades para proporcionar o crescimento profissional do servidor público;
  • Melhorar a infraestrutura em regiões menos desenvolvidas;
  • Incentivar o turismo de forma a valorizar o patrimônio cultural e natural do Brasil;
  • Estimular a inovação tecnológica nas empresas e incentivar a aplicação de recursos privados em ciência, tecnologia e inovação;
  • Fortalecer a digitalização dos serviços essenciais e consolidar a conectividade através da tecnologia 5G;
  • Ampliar e modernizar a logística nacional de produtos e mercadorias para diminuir custos e aumentar a competitividade.

Na temática Educação e cultura, Bolsonaro planeja:

  • Capacitar professores para o ensino de disciplinas voltadas à tecnologia;
  • Reforçar ações que formem e valorizem os professores;
  • Fortalecer os planos de carreira e a remuneração da categoria assim como melhorar as condições de trabalho;
  • Ampliar o acesso à educação em todos os níveis e recuperar o ensino prejudicado durante a pandemia;
  • Ampliar o combate à violência contra crianças e adolescentes;
  • Fortalecer a política nacional de esporte, promovendo a atividade física e a inclusão de pessoas com deficiência nas práticas esportivas;
  • Maximizar o investimento na cultura brasileira e fortalecer valores culturais.

Para a saúde e o social, o plano de Governo de Bolsonaro traz as seguintes propostas:

  • Melhorar o acesso aos serviços de saúde, além de fortalecer programas voltados para mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência;
  • Fortalecer o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) de forma a possibilitar a autonomia das famílias;
  • Promover o acesso à água potável e ao saneamento básico;
  • Promover o acesso da população à alimentação saudável por meio de políticas que reduzam o impacto da inflação no poder de compra;
  • Promover a intermodalidade do Sistema Nacional de Transporte;
  • Reduzir o preço da energia, do gás e da produção industrial;
  • Incentivar a liberdade religiosa e a liberdade de expressão;
  • Promover ações para garantir a segurança, a liberdade e o desenvolvimento social da família do campo.

Dentro do Meio Ambiente, Bolsonaro propõe:

  • Acabar com os lixões e aterros controlados no prazo de 24 meses;
  • Promover o aumento da produção de energia sustentável, renovável e limpa;
  • Controlar e fiscalizar queimadas ilegais, desmatamento e crimes ambientais;
  • Contratar 6 mil bombeiros para atuarem nos biomas que sofrem com os incêndios: como Pantanal, Cerrado e a Região Norte;
  • Promover modelos produtivos sustentáveis e viabilizar economicamente projetos para conservar e recuperar florestas;
  • Ampliar políticas de promoção do verde e do desenvolvimento sustentável;
  • Proteger os direitos dos povos indígenas e quilombolas, estimulando o etnoturismo, o extrativismo sustentável e o artesanato;
  • Defender, proteger e promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, promover a regularização fundiária e a concessão de florestas para a iniciativa privada.

Quanto à segurança, o plano de governo de Bolsonaro traz:

  • Fortalecer ações de combate ao crime organizado por meio da utilização de tecnologias;
  • Investir em órgãos de segurança e nas Forças Armadas, aperfeiçoando planos de carreira e de remuneração;
  • Combater crimes na região amazônica, por meio da efetiva presença do Estado com a implantação de bases fixas e permanentes;
  • Garantir segurança e estabilidade nas relações comerciais com outros países;
  • Facilitar o acesso do cidadão às armas de fogo, ampliando o direito à legítima defesa e à liberdade individual.

E em corrupção e transparência, Bolsonaro apresenta as seguintes propostas:

  • Combater a corrupção e implementar tecnologias modernas para sinalizar situações que mereçam atenção especial;
  • Fortalecer o compromisso com a transparência para que a população tenha acesso a dados como as contas públicas e as áreas de atuação do governo;
  • Reforçar o compromisso com a ética na gestão pública federal, obrigando cada ministério a acompanhar o andamento das políticas públicas;
  • Buscar interação com países que defendam valores como eleições livres e transparentes, liberdade de imprensa e respeito aos poderes constituídos.

Como foi a campanha no primeiro turno

A campanha no primeiro turno mostrou o candidato Lula à frente de Bolsonaro em todas as pesquisas divulgadas. Em uma delas, a da Genial/Quaest, divulgada no dia 26 de setembro, mostra o quanto Bolsonaro perdeu força e está, conforme a Veja, longe de conseguir o mesmo desempenho que lhe trouxe a faixa presidencial em 2018.

Entre os três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Bolsonaro foi perdendo terreno. Em São Paulo, no dia 9 de setembro, Bolsonaro tinha 37%, e no dia 26, o percentual já apareceu com 35%, segundo levantamento da Genial/Quaest; enquanto isso Lula oscilou de 36% para 37%

No segundo maior colégio eleitoral, em Minas Gerais, Lula que tinha 43% no levantamento do início do mês subiu para 45% dos votos; Bolsonaro, por sua vez, caiu de 36% para 33%.

No Rio de Janeiro, único entre os três maiores colégios eleitorais onde Bolsonaro ficou à frente, mostra o presidente com 39% no fim de setembro. No início do mês ele aparecia com 39%; Lula subiu de 36% para 37% no Rio de Janeiro.

Ainda conforme a Veja, a campanha mostra o resultado do Governo Bolsonaro, que defendeu inverdades, ataques à democracia e às instituições. Por outro lado, Lula tem aproveitado para, segundo a Veja, colher eleitores que se decepcionaram com o atual presidente.

Conforme reportagem do O Globo, considerando o histórico das eleições para presidente da República, os últimos dias de primeiro turno podem proporcionar surpresas tanto nas pesquisas quanto nas urnas.

A reportagem mostra que nas duas últimas eleições presidenciais, em 2018 e 2014, um candidato cresceu 12 pontos na última semana antes do primeiro turno. Já sobre queda, a reportagem traz que nos últimos quatro pleitos, de 2018, 2014, 2010 e 2006, um candidato caiu mais de cinco pontos nas pesquisas.

A eleição de 2022 é a que está tendo o menor tempo de campanha desde 1994. De acordo com o calendário eleitoral do TSE, foram apenas 46 dias entre o início oficial da campanha até o prazo final para que candidatos fossem às ruas ou ocupassem horários de propaganda eleitoral.

Anteriormente, conforme o g1, os candidatos tinham praticamente o dobro de tempo para apresentarem propostas.

Durante o primeiro turno de campanha, houve as manifestações de 7 de setembro, quando Bolsonaro puxou o coro de "Imbrochável" para si mesmo, além de ver manchetado em toda a imprensa que metade do patrimônio da família Bolsonaro, o que corresponde a 51 imóveis, foi comprada com dinheiro vivo.

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