Abolição da escravatura: Nos Tempos do Imperador x vida real

Como foi a luta e como a novela tem retratado o assunto.

O tema da abolição da escravatura é abordado em Nos Tempos do Imperador, mas será que a trama segue a risca o que aconteceu na vida real? Apesar de relatar muitos momentos históricos, o folhetim das 18h ainda é uma obra de ficção.

A abolição da escravatura em Nos Tempos do Imperador

A assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão do Brasil, não deve ser mostrada na novela das 18h. A explicação para o fato ficar de fora da trama é que a novela só mostrará até o ano de 1870 e a lei foi assinada em 1888. Antes da estreia do folhetim, Lalo Homrich, autor colaborador da novela, revelou que Nos Tempos do Imperador será encerrada ao final da Guerra do Paraguai, conflito que aconteceu de 1864 a 1870.

No entanto, a abolição da escravatura ainda é citada em Nos Tempos do Imperador. Isso acontece porque alguns personagens da trama lutam pelo fim da escravidão no país. No folhetim, foi criada a Sociedade Abolicionista das Camélias, que luta pela liberdade da população cativa. A criação da associação partiu da Condessa de Barral (Mariana Ximenes) e conta o apoio de Dom Pedro II (Selton Mello), além da adesão das princesas Isabel (Giulia Gayoso) e Leopoldina (Bruna Griphao).

Na vida real, não há relatos de que essa sociedade realmente existiu. Além disso, as princesas não faziam parte de nenhuma sociedade que lutava pela abolição, no entanto, uma similaridade da novela com a realidade é o uso das camélias. As flores eram um símbolo da causa e por isso são citadas no folhetim na criação do nome da Sociedade. Na época, se encontrava-se uma camélia na roupa ou casa de alguém, era interpretado que aquela pessoa apoiava o fim da escravidão.

Na trama de Nos Tempos do Imperador, a princesa Isabel também se envolve com a criação da associação que luta pela abolição da escravidão. Porém, ela leva uma bronca de Guebo (Maicon Rodrigues), um revolucionário que faz parte do grupo "Os Guerreiros", mascarados que lutam pela causa.

Na cena em que revela para Guebo que pretende lutar pela abolição da escravidão em Nos Tempos do Imperador, Isabel diz que o objetivo da Sociedade é angariar fundos para comprar alforrias, no entanto, o rapaz é contra: "vocês só estarão alimentando esse comércio indecente. A liberdade dos meus irmãos não pode ser negociada".

Isabel e condessa de barral
Isabel e luísa são apoiadoras da causa na novela - foto: reprodução/tv globo

Como foi a abolição da escravidão?

A Lei Áurea foi assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888, o que resultou na abolição da escravatura no país. O Brasil foi o último país das Américas a realizar o feito.

Diferentemente do que é mostrado em Nos Tempos do Imperador, o fim da escravidão não aconteceu porque a família imperial era grande apoiadora da causa, mas por outros fatores, como a resistência dos escravos, adesão de parte da sociedade e a mobilização política de ativistas que defendiam a libertação dos homens e mulheres que eram cativos no país.

A princesa Isabel assinou a lei como governante regente do Brasil na época, pois cobriu o cargo enquanto Dom Pedro II, que ainda era imperador, estava fora. A nobre nunca ascendeu ao cargo de imperatriz do Brasil. Pouco depois, em 1889, aconteceu a proclamação da república e a família imperial foi expulsa do país, que passou a ser federalista e deixou a monarquia para trás.

Lei do ventre livre
Cerimônia da assinatura da lei áurea - foto: reprodução/quadro de victor meirelles

 

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