Qual país usa urna eletrônica além do Brasil?

Nesses locais, os resultados das eleições chegam em poucas horas porque os votos são coletados eletronicamente, e não no papel.

Além do Brasil, qual país usa urna eletrônica? Pelo menos 46 países deixaram de usar o voto impresso pela tecnologia. Nesses locais, os resultados das eleições chegam em poucas horas porque os votos são coletados eletronicamente, e não no papel. E tenha em mente que o voto eletrônico não é o voto online – é simplesmente uma maneira mais rápida de tabular os votos.

A informação é do Idea (Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional) e foi publicada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio de 2021.

Qual país usa urna eletrônica?

Na lista de países, estão Suíça, Canadá, Austrália e Estados Unido – neste último a adoção do voto eletrônico é realidade apenas em alguns estados.

Ainda há países da América Latina, como México e Peru, que também se valem do sistema eletrônico para as eleições, fora Japão, Coréia do Sul e a Índia, na Ásia.

Como começou a urna eletrônica?

A urna eletrônica foi projetada e construída no Brasil, para ser usada no País levando em conta as necessidades de rapidez e agilidade na apuração de votos num país do tamanho de um continente. Antes dela, a apuração do voto impresso levava dias, já com o processo eletrônico, é possível saber quais candidatos venceram o pleito antes da meia-noite do dia da votação.

Não há nenhuma interferência ou tecnologia estrangeira, e quem é responsável por desenvolver todo o software da urna é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em 1985, o Tribunal fez pela primeira vez um cadastro eleitoral informatizado, que seria o primeiro passo para o voto eletrônico. A urna eletrônica foi desenvolvida em 1995 e utilizada pela primeira vez no ano seguinte, nas eleições municipais de 1996. Desde então, ela serve de modelo para vários países que desejam implementar a urna eletrônica em suas eleições.

Naquele ano, um terço de todos os eleitores usaram uma máquina para votar. Desde 2000, 100% dos eleitores brasileiros usam o sistema eletrônico.

 

O que é a urna eletrônica?

Nada mais é do que um microcomputador que é usado especificamente para as eleições e possui além de resistência e pequenas dimensões, autonomia de energia e recursos de segurança.

O mecanismo é bastante simples. Os eleitores digitam o número do candidato na máquina – exatamente como fariam em uma calculadora – e apertam o botão verde para contar o voto. Ao final do dia da eleição, cada máquina produz um relatório, imprimindo quantos votos cada candidato obteve. A Justiça Eleitoral então só precisa somar os resultados de cada máquina.

Nenhuma fraude foi confirmada até agora.

A urna é composta de dois terminais: o do mesário, onde o eleitor passa antes de ir para a cabine de votação. É ali que o eleitor é identificado e autorizado a votar. O segundo terminal onde é o eleitor registra numericamente o seu voto, segundo a ordem da eleição, majoritária ou proporcional.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a urna grava apenas a indicação de que o eleitor já votou. Depois, o voto é embaralhado internamente e entre mecanismos de segurança, não tem chance nem do próprio TSE verificar quais candidatos foram escolhidos pelo eleitor. Isso porque no Brasil, como é previsto na Constituição Federal, o voto é sigiloso. 

 

A urna eletrônica é segura?

Sim, a urna é segura. Mais do que garantir agilidade e rapidez do voto à apuração, ela tem como vantagem seus mecanismos de segurança que impedem adulterações e garantem o sigilo do voto. Além de não ser possível identificar em quem o eleitor votou, não existe ligação da urna com a internet ou qualquer outro dispositivo de rede.

A urna eletrônica tem mecanismos por onde o próprio eleitor e a sociedade podem verificar a segurança no sistema de votação. Um destes procedimentos é a cerimônia de votação paralela que de forma pública.

Antes das eleições, o Tribunal Regional Eleitoral faz o sorteio de urnas que já estavam instaladas nos locais de votação.  Estas são conduzidas ao Tribunal e substituídas por outras. No dia do pleito, as urnas sorteadas são submetidas à votação, exatamente como ocorreria na seção eleitoral, mas com registro em paralelo.

Cada voto é registrado numa cédula de papel e, em seguida, replicado na urna eletrônica, tudo isso registrado em vídeo. Ao final do dia, no mesmo horário em que se encerra a votação, são feitas a apuração das cédulas de papel e a comparação do resultado com o boletim da urna.

Outro mecanismo de verificação quanto à segurança da urna é a conferência do Boletim de Urna feito também ao fim da votação. A apuração dos votos de uma seção é um documento público e seu resultado pode ser confrontado com aquele publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Por que urna eletrônica não foi adotada em outros países?

A principal diferença entre a votação eletrônica de outros países para o Brasil se dá pela realidade eleitoral de cada localização. Aqui, por exemplo, a urna eletrônica existe desde 1996 e está presente em todos os municípios do País.

Com toda a segurança que o Tribunal Superior Eleitoral garante que a urna eletrônica tem, por que os demais países não adotam o mesmo sistema? A resposta para esta pergunta é simples: o Brasil não trabalha com modelo de urna que esteja disponível no mercado.

A ideia da votação eletrônica é vista como exemplo, mas a urna em si não, porque é um aparelho de projeto único, desenvolvido para atender à realidade do Brasil e não se trata de um produto que possa ser exportado.

O Tribunal Superior eleitoral frisa que em alguns casos, parcerias foram firmas no sentindo de compartilhar conhecimento entre outros países, mas a urna é exclusivamente  do Brasil.

Alguns países chegaram a desenvolver depois da troca de experiências com o TSE, sistemas próprios. Ainda conforme publicado pelo próprio Tribunal,  diversos países utilizam o voto eletrônico com regularidade, total ou parcialmente, e outros ainda estão testando e desenvolvendo soluções próprias.

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