Religião ganha destaque em campanha, mas Lula é católico ou evangélico?
Com baixa porcentagem entre eleitores evangélicos, campanha de Lula busca reafirmar seu compromisso com a liberdade religiosa.
Em 2022, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sendo marcada por fake news a respeito de seus ideais religiosos. Notícias afirmando que o petista não é cristão ou que vai fechar igrejas caso eleito foram muito divulgadas antes do primeiro turno. Mas afinal, o candidato é evangélico ou católico, qual a religião de Lula?
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Qual a religião de Lula?
Durante a campanha Lula (PT) vem sendo alvo de inúmeras fake news a respeito de sua religião e de como o candidato vai agir com relação aos evangélicos se for eleito. Diante das mentiras divulgadas, sua equipe lançou uma nota esclarecendo a religião do candidato.
No dia 3 de outubro, a campanha do candidato publicou em seu site que Lula segue o catolicismo como vertente religiosa. “A verdade, como já repetimos antes, é que Lula é cristão, católico, crismado, casado e frequentador da igreja.”, diz a nota.
A campanha do petista também publicou que o candidato é a favor da liberdade religiosa e respeita todas as religiões.
Campanha de Lula divulga carta sobre religião
No feriado de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, Lula (PT) divulgou uma carta intitulada de “Religião: Um direito sagrado e fundamental”. O documento visa afirmar que se o candidato for eleito, ele respeitará a liberdade religiosa, assim todas as crenças no país.
“Nossa Constituição garante que todos/as os/as brasileiros/as e estrangeiros/as que moram no Brasil são livres para escolher sua religião, praticar e professar sua crença e fé (...) Em nosso governo não será diferente. Todas as religiões e templos religiosos serão respeitados e tratados com dignidade como já fizemos em governos anteriores”, diz parte da carta.
Além disso, no documento Lula também reforça sua crença de que as religiões têm grande importância na formação de uma sociedade e do ser humano.
"Todas as religiões exercem um papel essencial na formação do ser humano. Portanto, as igrejas são instituições de fundamental importância na constituição de uma sociedade e precisam ser valorizadas, pois além de serem espaços sagrados de celebração e relação com Deus, ajudam a promover a paz, a justiça e a fraternidade", afirma.
Fake news a respeito da religião de Lula - Eleições 2022
Apoiadores de Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para divulgar notícias falsas do ex-presidente. Bolsonaristas afirmaram que o petista vai fechar igrejas e legalizar condutas que evangélicos reprovam, como o aborto e uso de drogas, se eleito. Além disso, eleitores do presidente já chegaram a dizer que o candidato do PT estaria envolvido com satanismo. A maior parte dos evangélicos tem Bolsonaro como candidato à presidência.
Passado o primeiro turno, um vídeo do influencer Vicky Vanilla, satanista, afirmando que Lula venceria no primeiro turno viralizou. Apoiadores de Bolsonaro (PL), então, começaram a divulgar que essa eleição seria uma batalha espiritual entre o bem e o mal.
Em seguida, o influenciador postou um novo vídeo no TikTok esclarecendo que Lula não mantém nenhuma relação com ele ou sua religião. "Está sendo espalhado como uma fake news tanto a meu respeito, quanto a respeito do candidato Lula, que não tem qualquer ligação com a nossa casa espiritual", afirmou.
Após a disseminação de fake news que ligavam o petista ao satanismo, uma nota foi publicada no site oficial do ex-presidente. Na publicação, sua equipe afirma que Lula acredita em Deus, é cristão e católico. Além de desmentir que o candidato irá fechar igrejas ou que ele teria pacto com o diabo.
Lula também vem relembrando que sancionou leis de cunho evangélico durante seus governos. O petista recorda que aprovou a Lei da Liberdade Religiosa em 2003, a Marcha para Jesus em 2009 e o Dia Nacional do Evangélico em 2010.
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Evangélicos com Bolsonaro e católicos com Lula
Segundo pesquisa do Datafolha divulgada na sexta-feira (7), Lula (PT) lidera nas intenções de voto entre os eleitores católicos. Nesse grupo, 55% votam no petista e 38% em Bolsonaro (PL). Já entre os evangélicos o cenário se inverte. 62% desses religiosos afirmam votar no atual presidente contra 31% que declararam seu voto em Lula.
Ainda de acordo com o levantamento do Datafolha, 53% dos eleitores brasileiros se declaram católicos e 27% evangélicos. Outras religiões não entraram no estudo, por terem um percentual pequeno de seguidores no Brasil.