Crise dos chips: como a falta de semicondutores afeta as empresas

Devido à pandemia do novo coronavirus, empresas pelo mundo todo reduziram produção e oferta

Foi no começo deste ano que a indústria começou a encarar a chamada crise dos chips. O impacto veio da pandemia do novo coronavírus, que levou indústrias ao redor do mundo a paralisar ou reduzir a produção de semicondutores , indispensáveis para a fabricação de videogames, computadores, celulares e até automóveis. Na outra ponta, no entanto, a demanda explodiu depois que o isolamento social compulsório levou milhares a elevar o consumo de tecnologias domésticas com o home office. 

Agora, empresas de tecnologia e de automóveis, principalmente, começam a mostrar ao mercado os primeiros efeitos da crise, com consequências no mercado brasileiro e com possível encarecimento de produtos de tecnologia e locomoção. Companhias como Apple e Volkswagen correm contra o tempo para evitar a paralisação de atividades por um longo tempo. Confira, abaixo, as principais movimentações do mercado:

Intel

A Intel, marca que é dona dos principais processadores de computadores do mercado, disse que a crise dos chips pode durar “vários anos”. "Apesar de a indústria ter tomado medidas para resolver os problemas no curto prazo, ainda pode levar anos para que o ecossistema resolva a escassez de capacidade de produção”, falou o presidente da Intel, Pat Gelsinger, em entrevista concedida ao jornal norte-americano The Washington Post.

Agora, a empresa corre atrás do prejuízo. Anunciou, em março deste ano, um plano de US$ 20 bilhões para ampliar sua capacidade de produção de chips avançados e que prevê a construção de duas fábricas no estado americano do Arizona. "Planejamos expandir para outros locais tanto nos EUA como na Europa para assegurar uma cadeia de abastecimento segura para o mundo", afirmou o executivo.

Volkswagen

A fabricante de automóveis está paralisando produções ao redor do mundo. No Brasil, a empresa anunciou nesta semana que irá interromper a fabricação de carros nas unidades de São José dos Pinhais (PR) e  deTaubaté (SP). Assim, por ao menos dez dias, as duas unidades, que produzem modelos Fox, T-Cross, Gol e Voyage, ficarão paradas. A Volkswagen também está tomando decisões similares no México e na Europa.

Recentemente, o presidente da Volkswagen, Herbert Diess, disse que a montadora estava em “modo de crise” devido à falta contínua de chips automotivos necessários para a utilização em acessórios tecnológicos de carros. O executivo acrescentou que o impacto da escassez se intensificará e afetará os lucros no segundo trimestre.

Nissan

Decisão semelhante foi tomada pela fabricante japonesa Nissan. A empresa suspendeu temporariamente a produção dos modelos Kicks e V-Drive em sua fábrica de Resende, em junho de 2020.  O problema é o mesmo: a Nissan não está conseguindo vencer a demanda de automóveis pela escassez de chips condutores.

No entanto, a decisão é mais branda uma vez que a suspensão das atividades será feita de forma escalonada entre os dois mil funcionários de sua fábrica.

Nintendo

Outra empresa afetada pela redução na oferta de chips é a Nintendo, fabricante japonesa de videogames. A companhia afirmou que a produção do Switch, o atual modelo de console da Nintendo, pode ser prejudicada em todo o mundo pela escassez global de chips. Por enquanto, a marca não tem outras soluções.

Durante a apresentação dos resultados financeiros do trimestre que encerrou o ano fiscal de 2021, a Nintendo já prevê queda de 12% nas vendas do Switch em seu novo período fiscal. Até o momento, a companhia não deu novos pareceres sobre a escassez de chips nem indicou que conseguiu comprar remessas para a demanda.

PlayStation

Apesar de ser um dos consoles mais aguardados e comentados dos últimos anos, o PS5 está sumido das prateleiras em todo o mundo. O motivo é, novamente, a falta de chips. De acordo com informações da Bloomberg, a Sony -- dona da marca PlayStation -- admitiu que vai ser difícil colocar modelos do videogame o suficiente no mercado até 2022. E pior: quando o aparelho finalmente voltar para a normalidade, o preço deverá estar mais alto.

Apple 

O CEO da Apple, Tim Cook, disse recentemente à Reuters que as vendas de Macs, iPads e do iPhone 12 Pro, um dos aparelhos mais desejados da companhia, também enfrentaram “restrições de oferta” na cadeia de suprimentos. Com isso, a empresa da maçã chegou a anunciar o adiamento da produção de MacBook e iPads por conta da falta de suprimentos.

Samsung

Por fim, a crise dos chips bateu também na sul-coreana Samsung. De acordo com informações de bastidores do site The Elec, a empresa encontra dificuldades na produção do Samsung Galaxy A, afetando diretamente a fabricação e venda dos novos Galaxy A52, A52 5G e A72. A marca chegou a adiar o lançamento dos modelos, que foram anunciados ao mercado apenas no começo de abril. Assim, a chegada às prateleiras deve ser lenta.

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes